Uma demonstração de respeito ao Parlamento. Mas,
avaliando o clima político desfavorável após os bate-bocas das últimas semanas
e notando que a oposição se preparava para uma série de questionamentos, Guedes
se negou a debater com os deputados. Foi chamado de "fujão" pelos
opositores. O ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, fez uma reunião
para tentar mostrar articulação com as lideranças partidárias. Enquanto isso,
em seu gabinete, Guedes se reuniu apenas com representantes do PSL para tentar
afinar o discurso.
Mas nem isso salvaria o enredo da terça. O Governo
Bolsonaro viu a Câmara aprovar em dois turnos e em votação relâmpago um projeto
capaz de engessar o Orçamento da União e torná-lo impositivo. Atualmente, o
Executivo tem uma margem de manobra sobre o orçamento aprovado pelo
Legislativo. Caso essa proposta, uma "pauta bomba" apresentada ainda
contra Dilma Rousseff, seja aprovada no Senado também em dois turnos, a gestão
federal teria menor controle sobre a destinação de seus recursos. Por
consequência, os parlamentares teriam maior controle sobre esse dinheiro.
Outra agenda
Ainda pela manhã, enquanto o ministro Guedes anunciava
que não participaria da audiência pública na CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara), o presidente Bolsonaro ia ao cinema em um shopping de
Brasília em uma agenda extraoficial. Acompanhado da primeira-dama, Michele
Bolsonaro, e da ministra das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, assistiu à
pré-estreia do filme Superação – O milagre da fé. Na plateia também estavam
pessoas surdas de associações que são apoiadas pelo ministério e pela
primeira-dama.
Foi uma sinalização importante de prestígio à Damares, a quem
ele disse recentemente que trabalhava em uma pasta menos importante do que as
demais. Foi lido também, no entanto, como um descolamento do assunto mais
quente na capital federal, as mudanças nas aposentadorias.
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