Mourão ainda disse, incomodado, segundo a publicação, que
”é um soldado da nação” e que, no governo, “tudo o que faz é tentar ajudar o
presidente e não o contrário”. Mas que, sim, pode renunciar ao cargo se o
presidente pedir.
“O presidente nunca me disse para parar, para não falar
com essa ou aquela pessoa. Então, entendo que não estou fazendo nada de errado.
Mas se ele quiser que eu pare…”, disse à republicação da Editoral Abril.
Carlos Bolsonaro, em seu Twitter, se referiu ao
vice-presidente como “o tal de Mourão” e “queridinho da imprensa”, destacou uma
fala do general de 11 de setembro, em que ele disse para “acabar com a
vitimização” em torno do atentado a Jair Bolsonaro, ocorrido 5 dias antes, e chamou de “estranho” o encontro
de Mourão com políticos que, segundo ele, detestam o presidente.
Mourão não é o primeiro desafeto público de Carlos no
primeiro escalão do governo do pai Gustavo Bebianno perdeu o posto de ministro da
Secretaria-Geral da Presidência da República após se desentender com ele.
Carlos acusou Bebianno de mentir ao dizer que falou com Bolsonaro enquanto
ele estava internado no hospital sobre o escândalo envolvendo o PSL. Carlos
chegou a divulgar um áudio privado que seu pai gravou e enviou por WhatsApp
para Bebianno, dizendo que não falaria com o ministro.
Em encontro com jornalista no Palácio do Planalto nesta semana,
Bolsonaro comparou a crise com o vice-presidente a um casamento. “Estamos
dormindo juntinhos a noite toda (...). “Durante o dia, brigamos sobre quem lava
a louça”, disse. “E sobre quem faz a grama”, completou Bolsonaro.
A metáfora ligada ao matrimônio tem sido uma constante no
repertório do presidente, que em diversos momentos já fez uso dela para
explicar as dificuldades que tem com seus interlocutores políticos.
Em sua fala, o presidente ainda sinalizou que, se no
futuro houver uma reeleição, o atual vice fará parte de sua chapa. “O casamento
entre eu e Mourão é até 2022, no mínimo; até lá, vamos ter que dormir juntos”,
disse.
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