Fátima encontrou o Estado com quatro folhas salariais em
aberto, dívidas acumuladas com prestadores de serviços e fornecedores,
estrutura da máquina pública completamente avariada, e o governo gastando mais
do que a arrecadação.
O “rombo” nas contas públicas, em 1º de janeiro deste
ano, quando a atual governadora tomou posse, era de R$ 4,6 bilhões. Só com
salários atrasados e “restos a pagar” a conta chegava a R$ 2,3 bilhões.
Esse cenário tornou-se público, com números revelados
pela equipe de transição, e respaldou a decisão da governadora de decretar
calamidade financeira do Estado. Por consequência, reforçou o discurso de que
medidas urgentes seriam aplicadas para iniciar o processo de reequilíbrio das
contas públicas.
Pois bem.
100 dias se passaram e a situação do Rio Grande do Norte
é a mesma. Na prestação de contas, a governadora não apresentou as contas.
Afirmou que as medidas surtiram efeito positivo, mas não exibiu os números,
oferecendo apenas a palavra como prova.
O que chama a atenção é que as medidas, ressaltadas da
forma genérica pela governadora, não se encaixam à necessidade do Estado. Diria
que foram medidas de economia de bodega, como redução da conta de energia, de
consumo de combustível, e outras despesas do gabinete. Claro que isso não
resolve, e nem precisa ser especialista em economia para saber que a redução
dessas despesas não cobre o rombo bilionário.
Fátima, até aqui, se nega a tomar medidas austeras, como
a crise exige. Por exemplo: evita mudar o sistema previdenciário estadual para
não bater de frente com os servidores públicos. O Ipern queixa-se de um déficit
mensal de R$ 130 milhões, logo, ao rombo nas contas públicas serão
acrescentados R$ 1,56 bilhão no final de 2019. Somando-se à dívida já
acumulada, teremos algo em torno de R$ 6 bilhões.
O cenário sugere, e não há outra alternativa de que a
saída para a crise só com a mão amiga da União. Para isso, o Estado terá que
fazer a sua parte, como o enxugamento da máquina, redução de cargos, venda de
ativos, privatização de estatais, e outras medidas que apontem para o
equilíbrio das contas públicas. Até aqui, a governadora não acena para essa
disponibilidade.
De resto, Fátima anunciou o edital do pregão eletrônico
para vender a receita antecipada de royalties de petróleo e gás, como se fosse
um grande feito, e não como uma conta cujo recibo chegará no tempo próximo.
Fonte: Cesar Santos.
0 comentários:
Postar um comentário