Trecho da coluna:
Senadores de diferentes
partidos discutiram nesta semana estratégias para “constranger politicamente” a
indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada do Brasil nos
Estados Unidos (EUA), se confirmada pelo presidente da República, Jair
Bolsonaro, pai do parlamentar.
O blog apurou, junto a parlamentares de base e de oposição, que há um
movimento para que os senadores abram seus votos e exponham sua posição, se o
nome de Eduardo for submetido ao Senado.
Pelo regimento interno do Senado, a votação é secreta. A
ideia em discussão nos bastidores é repetir o ambiente tumultuado e de pressão
criado no plenário do Senado em fevereiro, durante a eleição para o comando da
Casa.
Na ocasião, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) colocou em votação uma
questão de ordem sobre voto aberto para a eleição, que foi aprovada por 50
votos a 2 e uma abstenção.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias
Toffoli, acionado por aliados de Renan Calheiros (MDB-AL), então adversário de
Alcolumbre, determinou que a votação fosse secreta.
Mesmo assim, embora a votação tenha sido secreta, muitos senadores
favoráveis ao voto aberto criticaram no plenário a decisão do presidente do STF
e declararam o voto no microfone ou exibiram a cédula de papel antes de
introduzi-la na urna.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), por exemplo, abriu o voto e declarou
apoio a Alcolumbre. O gesto levou Renan Calheiros a retirar a candidatura.
Agora, senadores discutem como cobrar o voto aberto no caso de Eduardo
Bolsonaro. Senadores de base e de oposição se dizem surpresos com a iniciativa
do presidente de indicar um filho para a embaixada, no entanto, avaliam como “complexa”
a rejeição do nome dele, por se tratar de um filho do presidente.
Por isso, a estratégia é “expor ao máximo” o “desgaste político” da
indicação junto à população. Além disso, para aprovar o nome de Eduardo
Bolsonaro, parlamentares admitem que cobrarão liberações de emendas e cargos.
0 comentários:
Postar um comentário