Ela prometeu o que sabia que não cumpriria. Atualizar os salários não
depende da vontade da governadora e de nenhum outro gestor público. Precisa de
dinheiro, muito dinheiro que se diga. Fátima Bezerra pecou pela promessa;
poderia ter falado a verdade, sido sincera com o servidor. Ela tinha
conhecimento da caótica condição financeira do Estado, inclusive, no dia da
posse anunciou que estava herdando do governo anterior um “rombo” de R$ 3,6
bilhões. Poderia ter dito que não pagaria os salários atrasados neste ano; e
pedido a compreensão dos servidores.
Fátima optou por vender ilusões. Disse que iria atualizar os salários com
a venda antecipada de receitas dos royalties de petróleo e gás, da
conta-salário dos servidores, e de outros recursos extras que viriam do Governo
Federal. Até aqui, não entrou um mísero centavo de real das fontes indicadas
pela governadora. Por consequência, frustrou o servidor público.
Pior ainda: não adotou nenhuma medida capaz de atenuar o desequilíbrio das
contas públicas. Pelo contrário. Não só manteve os gastos exorbitantes herdados
do ex-governador Robinson Faria (PSD), como aumentou o custo da máquina.
A
governadora poderia, e deveria, ter tomado decisões importantes, amargas,
reconheça-se, mas que iniciaria o processo de recuperação. Não o fez para
preservar a popularidade. Logo, o RN permaneceria na mesma, como de fato
permaneceu.
Com três folhas atrasadas (novembro, dezembro e 13º salário de 2018) e sem
perspectiva de solução, os servidores públicos paralisaram as atividades ontem. O Dia Estadual de Luta em defesa dos servidores
públicos, como foi intitulado pelo Fórum Estadual de Servidores, é o anúncio do
fim da “lua de mel”, e o início de uma fase de cobrança mais contundente.
O protesto deste dia tem um valor simbólico, porque é o primeiro contra o
governo liderado por uma ex-sindicalista e que foi eleita com apoio de todos os
sindicatos de servidores. Significa que as entidades foram pressionadas pelas
bases a reagir, mesmo que alguns dos sindicatos façam apenas jogo de cena. No
entanto, a leitura é de simples entendimento: se as entidades sindicais,
principalmente aquelas que decidiram ser governo em troca de cargos e espaços
na máquina pública, não atuarem em defesa do servidor e do serviço público, os
sindicalizados darão grito de liberdade e vão às ruas lutar por seus direitos.
Portanto, fim da lua de mel; início de uma "DR" entre
companheiros, que colocará à prova o poder de convencimento da ex-sindicalista
Fátima Bezerra.
FRASE
"O governo Fátima não cumpriu nada do que prometeu aos
servidores."
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