Ao abrir os trabalhos, o deputado propositor falou da
certeza que tinha que a mesa iria ofertar naquele momento uma contribuição
valiosa sobre a importância do Bando do Nordeste. “É importante destacar que o
BNB foi criado em 1952 e já com 67 anos de atuação na nossa região, tem o
objetivo de combater, através do crédito produtivo, os enormes impactos da
seca, minimizando as desigualdades. O BNB é o maior banco de desenvolvimento
regional da América Latina e se diferencia das outras instituições, porque é
reconhecido por promover a competitividade das empresas da nossa região”,
explicou.
Em seguida, o diretor de Patrimônio do Sindicato dos
Bancários, Franscisco Ribeiro, falou na tribuna do auditório. “Acompanhei todas
as tentativas de extinção do banco, desde o ex-presidente Fernando Collor de
Melo, passando pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que entregou todas
as nossas estatais para o capital privado, e querem agora nesse governo, junto
com o ministro Paulo Guedes, terminar de liquidar a fatura que eles tantos
insistem em acabar, que é o patrimônio público nacional, que pertence a cada um
de nós brasileiros. A palavra de ordem é dizer não ao governo Bolsonaro e a
qualquer tentativa de acabar com o BNB ou enfraquecê-lo”, disse. Francisco
Ribeiro lembrou que o BNB tem muitas utilidades. “Ele financia de uma enxada
manual a um trator. De um carro de pipoca a um hotel de luxo. Justifica fechar,
extinguir, incorporar ou privatizar uma entidade dessa? Não vejo sentido”.
A Presidente da Associação dos Funcionários do BNB, Rita
Josina Feitosa da Silva, também deu a contribuição dela ao debate. “Conseguimos
que o Nordeste estivesse em estatísticas de destaque, embora ainda com uma
grande referência de desigualdade se compararmos com os resultados nacionais, e
esse contexto justifica estar lutando pelo BNB e defendendo a importância de a
gente ter um banco de desenvolvimento regional. O BNB tem feito uma diferença
muito grande para a região, aplica bem, empresta bem com resultados positivos,
lucros e também trabalha com grupo de trabalhadores que são comprometidos”,
falou.
O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais
Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte
(Fetarn), Manoel Cândido, falou da relação da Federação com o Banco, que é
muito antiga. Lembrou que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) nasceu em 1995, com a verba R$ 200 bilhões para o Brasil
inteiro e desde então tem sido um programa que cresceu. “Até então éramos
pequeno agricultor e fomos tratados depois como agricultores de regime
familiar”, disse.
A representante do Dieese, Maiara Dantas de Oliveira,
passou para os presentes a ideia de que as instituições públicas bancárias, tal
como o BNB, são importantes no país e têm um impacto positivo na geração de
empregos, de rende e de melhoria de vida da população, não apenas no Nordeste.
Segundo ela, dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, 126 não possuem agência
bancária.
O diretor Técnico da Emater, Raimundo Costa Sobrinho,
alertou que a sociedade norte-rio-grandense tem que defender o BNB enquanto
banco de fomento e de desenvolvimento. “O que deveria estar sendo discutido
aqui hoje era a ampliação das ações do BNB para o semiárido, o melhoramento dos
planos de cargos e salários dos servidores, entre outras coisas nesse sentido.
“É por isso que essa pauta tem que ser uma pauta central, porque o BNB é
central para o desenvolvimento da nossa agricultura”, falou.
Já o coordenador do Comitê Nacional em Defesa do BNB,
Robson Luiz Andrade Araújo, lembrou que foi no sentindo de promover a equidade
que o BNB foi criado. “Nesses governos neoliberais, isso começou a ser
combatido. A ideia é manter o status quo, a
superioridade da região Sudeste em relação ao Nordeste. Por que é tão
importante lutar para manter o BNB? As estatísticas mostram que todos os bancos
que atuam nacionalmente, eles retiram mais recursos do Nordeste do que trazem.
Existe um déficit muito grande em relação a isso. O BNB é um único banco que só
financia o Nordeste. E não só isso, faz também o contrário. Traz recursos para
o Nordeste. Gerando empregos, distribuindo renda, criando oportunidades, até
mesmo nas comunidades. O BNB atua em 1990 municípios do Nordeste e quem disser
que o BNB só porque é público é ineficiente, ou é desinformado ou tem muita má
fé”, concluiu o participante da mesa.
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