Os dados estão no Relatório de Garantias Honradas pela União
em Operações de Crédito, divulgado ontem (15) pela Secretaria do Tesouro
Nacional. As garantias são executadas pelo governo federal quando um estado ou
município fica inadimplente em alguma operação de crédito. Nesse caso, o
Tesouro cobre o calote, mas retém repasses da União para o ente devedor até
quitar a diferença, cobrando multa e juros.
Nos sete primeiros meses deste ano, a União já quitou R$
4,618 bilhões de dívidas em atrasos de entes subnacionais. Desse total, R$
2,266 bilhões couberam a Minas Gerais e R$ 2,082 bilhões ao estado do Rio, os
principais inadimplentes.
Em 2016, 2017 e 2018, o Tesouro cobriu, respectivamente, R$
2,377 bilhões, R$ 4,059 bilhões e R$ 4,803 bilhões em dívidas em atraso de
estados e municípios.
As garantias honradas pelo Tesouro são descontadas dos
repasses da União aos entes federados – como receitas dos fundos de
participação e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
dentre outros. Sobre as obrigações em atraso incidem juros, mora e outros
custos operacionais referentes ao período entre o vencimento da dívida e a
efetiva honra dos valores pela União.
Nos últimos dois anos, no entanto, decisões do Supremo
Tribunal Federal impediram a execução das contragarantias de vários estados em
dificuldade financeira. Com a adesão do estado do Rio de Janeiro ao pacote de
recuperação fiscal, no fim de 2017, o estado pôde contratar novas operações de
crédito com garantia da União, mesmo estando inadimplente.
Algumas contragarantias de Minas Gerais também não estão
sendo executadas por causa de liminares concedidas pelo Supremo Tribunal
Federal (STF). Em julho, o STF concedeu liminar para que Goiás entre no regime
de recuperação fiscal, mesmo não cumprindo todos os requisitos para receber a
ajuda.
Sem ter aderido ao programa de recuperação fiscal, o estado
de Minas Gerais está impedido de contrair financiamentos com garantias pelo
Tesouro até 30 de julho de 2020. Goiás não pode pegar empréstimos até 22 de
julho de 2020; Rio Grande do Norte
até 23 de julho de 2020; Piauí até 13 de setembro; e Roraima
até 12 de dezembro. A prefeitura de Natal, que não pagou dívidas com a União em
2017, não poderá pegar empréstimos garantidos pelo Tesouro até 28 de dezembro
de 2019.
Agência Brasil
0 comentários:
Postar um comentário