Olho D'água do Borges/RN -

Crise financeira no RN será pior ainda em 2020

O secretário de Planejamento e Finanças do Estado, Aldemir Freire, afirmou que o primeiro ano do governo Fátima Bezerra (PT) fechará com um “rombo” nas contas públicas de R$ 500 milhões. O valor será jogado para 2020 e se somará aos mais de R$ 2 bilhões que já estão no “restos a pagar” deixados pela gestão do ex-governador Robinson Faria (PSD).

Ou seja, 2019 não será apenas um ano perdido em virtude da incapacidade administrativa do governo, mas também será de enorme prejuízo ao Estado, à medida em que aumentará o buraco nas contas públicas em meio bilhão de reais.

Numa comparação rasa entre o primeiro ano da gestão Fátima com o último ano de Robinson, pode-se afirmar que o RN trocou seis por meia dúzia. Permanece a mesma coisa. Vejamos: Robinson deixou um déficit de R$ 2,3 bilhões, acumulados ao longo dos quatro anos de seu governo. Esse valor dividido por quatro, dá pouco mais de R$ 500 milhões/ano, ou seja, praticamente o mesmo déficit que o governo Fátima colocará em “restos a pagar” ao final deste ano.

É a comprovação, em números, de que Fátima repete Robinson. Sem tirar, nem pôr. Se Robinson tivesse renovado o mandato, o Estado continuaria com três folhas de salários atrasados, como está hoje. A única diferença é que Robinson pagaria o atrasado de 2018, na sequência cronológica natural. Já Fátima fez opção de engavetar as três folhas salariais de 2018 para priorizar os salários de 2019.

O que chama a atenção, e preocupa muito, é que o atual governo está perdendo a oportunidade, e o tempo, de adotar as medidas necessárias para reequilibrar as contas públicas. A governadora deveria ter agido desde o primeiro dia de gestão, mas não o fez, num flagrante de que foi eleita sem ter um planejamento para o Estado ou um programa de governo.

Fátima optou pelo feijão com arroz. Pagar salários de 2019 em 2019 e manter, se possível, a máquina pública funcionando. Os salários de 2019 estão pagos, mas a máquina estava quase parando. Saúde, um caos; segurança, outro caos; educação, castigada, com crueldade maior atingindo a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que perdeu R$ 300 mil/mês só de custeio, além da redução de R$ 22,5 milhões entre janeiro e agosto em comparação ao mesmo período do ano passado.

O cenário para 2020 é ainda mais preocupante. Se não houver o socorro do Governo Federal, via transferência de recursos, e o respaldo do Tesouro Nacional para o Estado contrair empréstimos, o governo Fátima não terá condições de, sequer, pagar os salários do “seu governo”. O próprio Aldemir Freire deu a senha para esse risco ao afirmar que 2020 será tão difícil como estará sendo 2019.

E pensar que a governadora Fátima, até aqui, está priorizando a política partidária, viajando o Brasil com a bandeira “Lula Livre" e esculhambando o presidente da República, como se fosse possível tirar o RN do buraco sem a mão amiga do Governo Federal.

Pior para o povo potiguar, que pagará o preço. Caro, que se diga.

Fonte: Cesar Santos.



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