Não é segredo para ninguém que, mesmo com as negativas do
presidente Jair Bolsonaro — ele sempre diz que o BB é intocável —, os planos de
privatização do BB seguem a passos largos.
A estrutura da maior instituição financeira pública vem sendo
enxugada para, quando chegar a hora, a venda ocorra mesmo sob protestos.
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é o personagem
perfeito para levar o plano de privatização adiante. Discreto, não faz nenhuma
propaganda do que está fazendo.
Novaes vendeu a participação que o Banco do Brasil tinha na
resseguradora IRB Brasil e na Neoenergia. Anunciou acordo para privatizar o BB
Banco de Investimentos. Avisou que venderá a BB DTVM e o BB Américas.
Mais: fechou a BB Tur e criou dificuldade para repassar
recursos à Cassi, operadora do plano de saúde dos empregados do Banco Brasil.
Sem esse repasse, a Cassi pode entrar em colapso. Nesse caso, ainda pode mudar
de posição.
Bradesco
De início, quem acompanha o dia a dia das ações do presidente
do BB acreditava que o futuro do banco seria a absorção de suas atividades pelo
Bradesco. As duas instituições sempre tiveram afinidades. São sócias em várias
empresas, como a Cielo, das maquininhas de cartões, e a Elo, bandeira de
cartões.
Agora, porém, está claro para todos no BB que, quando a
privatização do banco chegar, a preferência será por um comprador estrangeiro.
A alegação é a necessidade de aumentar a concorrência bancária no país.
O governo não admite, em hipótese alguma, que nenhum dos
bancões brasileiros fique com o BB. A crença é de que a concentração atual do
mercado pune consumidores e empresas.
De qualquer forma, nada no Banco do Brasil será feito de
forma atabalhoada, para não melindrar o presidente da República.
A determinação de Novaes é fazer o dever de casa para que, no
momento certo, o BB esteja pronto para ter seu controle transferido à
iniciativa privada.
Fonte: Correio Braziliense
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