Vamos aos fatos:
Fátima empenhou a palavra que pagaria em dia as 12 folhas
salariais de 2019 e mais o 13º salário deste ano. Vai cumprir.
Fátima também empenhou a palavra que todos os recursos
extras que entrassem no cofre do Estado seriam usados – exclusivamente - para
pagar as folhas atrasadas como novembro, dezembro e o 13º salário de 2018. Não
vai cumprir.
A explicação é simples: para honrar o primeiro
compromisso, o governo teve que “comer” o dinheiro do segundo compromisso.
Vale ressaltar que para pagar os salários de 2019, a
governadora não mediu as consequências de raspar o tacho, mesmo consciente que
estava descobrindo outras áreas importantes como saúde, educação e os
compromissos com prestadores de serviços e fornecedores.
Pagar os salários de 2019 era uma questão honra da
governadora. Beleza. Mas, os outros compromissos, principalmente com os
servidores que contam moedas para levar comida para sua mesa, devido ao atraso
de três folhas salariais, ficaram para trás.
Agora, inevitavelmente, os holofotes direcionam as
atenções de todos para 2020.
O motivo é simples: se Fátima juntou todo o dinheiro,
inclusive o extra, para pagar em dia os salários de quem entrou no governo em
2019, como ela fará no próximo ano sem a perspectiva de recursos extras?
O governo estadual não terá, em 2020, recursos do
excedente da cessão onerosa do pré-sal, não terá conta única para vender, nem
antecipação de receita de royalties de petróleo e gás natural. Só essas três
fontes deram ao governo, em 2019, mais de R$ 460 milhões, que se somaram aos
recursos do ICMS que foram tirados dos municípios e ao dinheiro que seria para
pagar fornecedores e prestadores de serviços. Esse volume, junto, daria para
limpar a dívida com os servidores – algo em torno de R$ 900 milhões.
O que preocupa, e preocupa muito, é que a governadora
Fátima Bezerra “queimou” o primeiro ano de governo apenas no esforço para pagar
salários de 2019, e deixou de adotar as medidas que eram, e são, urgentes e
necessárias. Fátima não “cortou na carne” como se costuma dizer, optando por
manter a máquina pública inchada de comissionados e terceirizados, e sequer
elaborou o planejamento capaz de abrir novos horizontes para o Rio Grande do
Norte.
A impressão é que a governadora transferiu
responsabilidades, que são do seu governo, para a esfera federal. Prova é que,
em todas as oportunidades, Fátima diz que o RN precisa da boa vontade do
Planalto para resolver os seus problemas, embora ela e o seu partido, o PT,
mantenham linha de ataque – radical e permanente - ao inquilino do Palácio
Central.
Talvez, e provavelmente, o pacto federativo, inserido no
“Plano Mansueto”, seja a luz no fim do túnel para o Rio Grande do Norte para o
ano que se aproxima. Todavia, o governo Fátima vai ter que fazer a sua parte,
como o próprio plano exige. Quem sabe, a gestão estadual não comece de verdade.
Fonte: Cesar Santos.
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