O momento da abordagem foi gravado por Edward Luz, que
afirmou que estava no local para “cumprir a ordem ministerial, do senhor
ministro Ricardo Salles”. De acordo com Luz, o ministro teria concordado, em
uma reunião no última dia 11 na 4ª Câmara – Meio Ambiente e Patrimônio Cultural
do Ministério Público Federal, “que nenhum patrimônio de população em situação
de fragilidade será destruído”.
No vídeo, publicado nas redes sociais, o comandante da
operação, Roberto Cabral, exige que Luz se retire do local, sob a pena de ser
preso em flagrante por estar dentro de uma terra indígena. Diante da recusa, o
antropólogo é algemado.
Ainda segundo a Folha, após ser solto, Luz distribuiu um
áudio incentivando os invasores da terra indígena a resistir às autoridades:
“Quem está com a casa ameaçada, permaneça”.
Procurado pela reportagem do jornal, o procurador Daniel
Azeredo, da 4ª Câmara desmentiu Luz: “O antropólogo está sem qualquer razão. A
operação do Ibama se desenrola dentro da lei, e ele não pode interferir ou
atrapalhar”, afirmou.
Pelo Twitter, após a publicação da reportagem da Folha,
Luz afirmou que não tentou impedir a atuação dos fiscais do Ibama e alegou que
a região de Ituna-Itatá “não é terra indígena”.
Segundo dados do monitoramento satelital da ONG Imazon, Ituna Itatá é a terra
indígena mais desmatada em janeiro. O Ibama mantém presença permanente na área
há cerca de um mês.
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