De volta à realidade, três pontos devem concentrar as
atenções nos próximos dias, sendo dois no velho e sofrido Rio Grande do Norte,
e o outro em nível de país.
Vamos a eles:
1 – A governadora Fátima Bezerra (PT) vai enfrentar o
primeiro embate com os professores já nesta semana. O governo sugeriu implantar
o novo piso nacional do Magistério, com reajuste de 12,84%, em três parcelas
distribuídas no período de um ano, a primeira em maio de 2020 e a segunda e a
terceira em janeiro e fevereiro de 2021.
Os professores não aceitaram e marcaram indicativo de
greve para esta sexta-feira, 28, e paralisação por tempo indeterminado para o
dia 4 de março.
Nesse embate, Fátima Bezerra vai exigir da diretoria do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE-RN) que evite a greve, sob pena
de pedir de volta dezenas de cargos que distribuiu para dirigentes sindicais,
familiares, correligionários e amigos.
O problema é que a direção da entidade já não tem o mesmo
controle sobre os professores. Para piorar, a proposta da governadora é
considerada “perversa” pelos educadores, que exigem do Sinte-RN uma posição
firme em defesa da categoria. Do contrário, a desfiliação em massa é
inevitável.
É provável que a governadora melhore a proposta de
implantação dos 12,84%, como forma de amenizar a resistência, pois, caso
contrário, a greve é vista como inevitável.
2 – A reforma da Previdência jogará os holofotes para a
Assembleia Legislativa. O presidente Ezequiel Ferreira de Souza, do PSDB aliado
do PT, vai definir a comissão que analisará a admissibilidade da proposta
encaminhada pelo governo. A oposição desconfia que ele atenderá à orientação da
governadora de formar uma comissão com maioria a favor do texto original.
Dessa forma, o fojo vai ficar para o plenário da Casa,
onde os servidores do andar de baixo, aqueles mais penalizados pela reforma,
que são maioria, vai resistir à aprovação do jeito que o governo encaminhou.
Eles não aceitam, o que chamam da “PEC da Morte”, a taxação de quem já é
aposentado e alíquota que vai de 12% a 16%. Se não mudar, não passa, afirma o
Fórum de Servidores, pronto para o confronto.
Em ano eleitoral, onde os deputados serão cobrados nas
bases, é possível que eles alterem o texto original para atender o clamor
popular.
3 – Em nível nacional, as atenções serão concentradas no
movimento que está crescendo em todo o Brasil de protesto aos atos do
Congresso, depois que o general Heleno afirmou que os congressistas fazem
chantagem para engessar o governo Bolsonaro.
A manifestação está marcada para o dia 15 de março. O
sarrafo vai subir ou baixar dependendo do envolvimento do presidente Bolsonaro.
Deputados e senadores também se armam, com o mais açodados defendendo processo
de impeachment, embora essa tese não se sustente.
Pois bem. O ano, que finalmente está começando, promete.
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