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Ser ou não ser, eis o dilema do "Sindicato dos Professores" do RN

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) está numa encruzilhada: ser governo ou defender a categoria.

A primeira opção, feita no primeiro ano de gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), que é professora de origem, bate de frente com a segunda opção, que é a exigência da categoria de ter uma entidade que realmente defenda os interesses dos trabalhadores da Educação.

O Sinte-RN subiu a rampa da Governadoria para apoiar o governo, recebendo em troca cargos de primeiro, segundo e terceiro escalões da máquina pública estadual. Em contrapartida, deixou a categoria desamparada.

A governadora Fátima exigiu fidelidade. O Sinte-RN vem obedecendo sem reclamar. Inclusive, é o “Sindicato dos Professores” que dá sustentação ao governo nas reuniões do Fórum Estadual de Servidores, sempre com o discurso do “diálogo” para amenizar as cobranças, embora os servidores sofram com salários atrasados e a maioria sem reajuste salarial há quase uma década.

Só que, agora, a fidelidade está sendo exigida pelos professores e professoras, ativos e inativos, que sustentam as finanças do Sinte-RN pagando religiosamente em dia a contribuição sindical. Quer uma posição firme do sindicato sobre a proposta de aplicação do novo piso salarial do Magistério.

O governo propõe pagar em três parcelas distribuídas no período de mais de um ano. A categoria rejeitou a proposta (VEJA AQUI).

Os sindicalizados decidiram pela greve como instrumento político de pressão, aliás, como sempre fez em governos anteriores. E exigem que o Sinte-RN assuma o comando do movimento, de forma firme e dura, que é uma característica sua em movimentos contra governos adversários.

A direção do Sinte-RN colocou o indicativo de greve em votação, que foi aprovado. Agora precisa não apenas parecer que está do lado dos professores, mas, sim, mostrar que a sua bandeira é única: defesa dos trabalhadores da Educação. Para isso, terá que devolver as dezenas de cargos ao Governo.

O dilema “ser ou não ser” bateu à porte da entidade que desde sempre bancou a carreira política de Fátima. Foi com a bandeira do Sinte-RN que a petista se elegeu deputada estadual, deputada federal, senadora da República e agora governadora.

Só que, do outro lado do balcão e sem as ferramentas devidas para atender as reivindicações dos ex-companheiros, a governadora precisa calar a voz daqueles que usaram a mesma voz para torna-la uma política vitoriosa.

E o sindicato, que perdeu a sua legitimidade ao decidir ser governo, tem a oportunidade, agora, de voltar às suas origens, reerguer a bandeira de defesa dos Trabalhadores da Educação e mostrar de que lado do balcão está. Não cabe o jogo duplo.

Fonte: Carlos Santos.


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