Políticos e autoridades
reagiram ao pronunciamento do
presidente Jair Bolsonaro sobre
a pandemia do coronavírus na noite desta terça-feira (24). O presidente pediu a
"volta à normalidade", o fim do "confinamento em massa" e
disse que os meios de comunicação espalharam "pavor".
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgoi uma nota na qual classificou a fala de Bolsonaro como "grave" e
disse que o país precisa de uma "liderança séria". O presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o
pronunciamento "foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública".
Veja,
abaixo, a repercussão ao pronunciamento:
Davi
Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado
"Neste momento grave, o País precisa de uma liderança
séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população.
Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em
cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que
está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria
Organização Mundial da Saúde (OMS). Reafirmamos e insistimos: não é momento de
ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade
e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam
adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação,
antes que seja tarde demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que
nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará
atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta
crise."
Rodrigo Maia (DEM-RJ),
presidente da Câmara
"Desde
o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O
pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os
governadores e especialistas em saúde pública. Cabe aos brasileiros seguir as
normas determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde em respeito aos idosos
e a todos que estão em grupo de risco. O Congresso está atento e votará medidas
importantes para conter a pandemia e ajudar os empresários e trabalhadores.
Precisamos de paz para vencer este desafio."
Felipe
Santa Cruz, presidente da OAB
"Entre
a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste
que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da
história."
Gilmar
Mendes, ministro do STF
"A
pandemia da Covid-19 exige solidariedade e co-responsabilidade. A experiência
internacional e as orientações da OMS na luta contra o vírus devem ser
rigorosamente seguidas por nós. As agruras da crise, por mais árduas que sejam,
não sustentam o luxo da insensatez. #FiqueEmCasa"
Wilson
Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro
"Na
manifestação em cadeia de rádio e TV, o presidente da República contraria as
determinações da Organização Mundial de Saúde. Nós continuaremos firmes,
seguindo as orientações médicas e preservando vidas. Eu peço a vocês: por
favor, fique em casa."
Helder
Barbalho (MDB), governador do Pará
"Em
relação ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, eu respeito a opinião
de todos, mas não me furto a reafirmar nossa linha de ação. Nós buscamos, desde
o início, as orientações dos técnicos, dos médicos, das autoridades e também dos
países que já passaram pelo pior da crise. O caminho que o Governo do Pará
buscou foi o do bom senso, o do equilíbrio."
Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal
"Em
relação ao pronunciamento do PR sobre o coronavírus concluo: @jairbolsonaro foi
IRRESPONSÁVEL, INCONSEQUENTE E INSENSÍVEL! O Brasil precisa de um LÍDER com
sanidade mental. Todas as chances que o PR teve de acertar ele mesmo jogou
fora. Erra e se orgulha do erro estupido."
Rodrigo
Pacheco (DEM-MG), senador
"A
fala do presidente não esclarece. Ao contrário, gera dúvida sobre o
comportamento a ser seguido pela população, cuja boa parte é formada não por
atletas, mas por idosos, diabéticos, hipertensos, estressados e deprimidos. O
governo precisa ter unidade no discurso, seja qual for."
José
Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde
"O
pronunciamento do presidente foi na contramão do mundo e da realidade
apresentada pelo seu @minsaude: já são mais de 2.200 casos confirmados de
coronavírus no Brasil e 46 mortes, sendo 40 no estado de São Paulo. Estamos em
meio a uma pandemia que não deve ser minimizada. É preciso reconhecer que a
economia não vai se recuperar de forma imediata e que é preciso fortalecer o
SUS, mediante a operacionalização de um fundo que disponha dos recursos e da
agilidade necessários ao combate às consequências do #coronavírus."
José
Ricardo Roriz, vice-presidente da Fiesp
"O
Ministério da Saúde tem feito um excelente trabalho de como lidar com essa
crise, seguindo o exemplo do mundo inteiro. Não há dúvidas de quem está com a
razão."
Renato
Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo
"Pronunciamento
do Pres. Jair Bolsonaro foi desconectado das orientações dos cientistas, da
realidade do mundo e das ações do Ministério da saúde. Confunde a sociedade,
atrapalha o trabalho nos Estados e Municípios, menospreza os efeitos da
Pandemia. Mostra que estamos sem direção."
Wellington
Dias (PT), governador do Piauí
"É
difícil não se manifestar frente ao discurso do Presidente da República, que
vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Nós vamos
seguir o que a ciência nos comprova. O Piauí mantém todas as suas medidas de
prevenção à Covid-19".
Antonio
Anastasia (PSD-MG), senador
"Consideramos
grave a posição externada pelo Presidente da República hoje, em cadeia
nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na
contramão de ações adotadas em outros Países e sugeridas pela própria
Organização Mundial da Saúde (OMS)."
Fernando
Henrique Cardoso, ex-presidente
"Eu
não ia voltar ao tema, mas o presidente repetiu opiniões desastradas sobre a
pandemia. O momento é grave, não cabe politizar, mas opor-se aos
infectologistas passa dos limites. Se não calar estará preparando o fim. E é
melhor o dele que de todo o povo. Melhor é que se emende e cale."
João
Amoêdo, ex-presidente do Partido Novo
"O
pronunciamento do presidente é inaceitável. Temos um quadro muito grave e
incerto pela frente. Ele deveria vir a publico amanhã, apresentar um plano,
mostrar a gravidade da situação, demostrar equilíbrio e bom senso. Ou renunciar
ao cargo."
Flávio
Dino (PCdoB), governador do Maranhão
"Pronunciamento de hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro
possa exercer com responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os
danos são imprevisíveis e gravíssimos."
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