Não, não é verdade.
A parlamentar, que tenta evitar o desgaste político de
apoiar o Governo do Estado, chegou a afirmar ao jornalista Saulo Vale que
estava a favor da greve dos professores, porém, sem revelar de que forma apoia
o movimento.
Na verdade, a deputada apenas jogou com as palavras.
Apoio efetivo, nenhum.
Por exemplo: Isolda não disse que os professores estão
sendo castigados pelo Governo do Estado, que ofereceu uma proposta de implantar
o novo piso salarial do Magistério em três parcelas que terminam em dezembro e
o retroa-tivo em 24 meses.
Imagine se fosse feita por um governo adversário, e se
realmente a petista estivesse apoiando os professores, o que ela diria de uma
proposta, digamos, tão esdrúxula. No minimo, no mínimo, estaria gritando
“golpista".
No ano passado, quando a prefeita de Mossoró, Rosalba
Ciarlini (PP), deu 3,75% de reajuste salarial a todos os servidores públicos,
de forma linear, Isolda soltou os cachorros para cima da gestão municipal,
porque o reajuste do piso dos professores era de R$ 4,17%. Ou seja, por
uma diferença de 0,42% Isolda atacou a gestão municipal, afirmando que
era um desastre, golpista e que massacrava os professores municipais.
Agora, com Fátima propondo implantar reajuste estilo
Casas Bahia, em até 24 parcelas (retroativo), a deputada governista faz de
conta e não emite uma opinião capaz de contrapor ao governo.
A situação da petista fica ainda mais delicada porque, em
Mossoró, onde ela pretende disputar a Prefeitura, a prefeita Rosalba anunciou o
pagamento dos 12,84% de reajuste dos professores de uma só vez e já na folha de
março, que também trará os valores do retroativo a janeiro, conforme a proposta
encaminhada à Câmara Municipal de Mossoró, que deve ser aprovada nesta semana.
Bom.
Ser governista ou oposicionista, é uma opção que o
político faz. E qualquer uma das opções traz bônus e ônus. O governista usufrui
das coisas positivas, ocupa espaços, indica para cargos públicos. Esse é o
bônus. Por outro lado, absorve as coisas negativas do governo. O oposicionista
tem como bônus a força do discurso de apontar o que está errado, faz críticas
e, por consequência, se fortalece politicamente. O ônus é que não pode usufruir
das coisas boas que o governo oferece.
Isolda Dantas, que é a personagem do comentário, já viveu
os tempos de oposição. Discurso forte, críticas ao governo, defesa do trabalho.
Hoje é governista. Ganhou dezenas de cargos, controle do programa do leite em
Mossoró e outras bondades. Por consequência, perdeu o discurso forte,
abandonou bandeiras históricas e é afetada pelo desgaste de um governo
sofrível.
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