Por incrível que pareça, apesar de seu notável
currículo, grandeza de espírito e dedicação, Francisco Barros Dias foi mais uma
das vítimas políticas de um ativismo judicial tosco, um macartismo à brasileira,
um autoritário lawfare das mais piores tintas quando, ao arrepio da presunção
de inocência, foi preso, processado, exposto nas redes sociais, humilhado
publicamente, numa máquina judicial donde o outrora acusado, magistrado
aposentado, integrava, na singela função de realizar a Justiça. Parece, porém,
que em tempos populistas e autoritários essa mesma máquina pública tornou-se
mais um mero aparato de destruição de reputações, do que propriamente um poder
de Estado responsável pela mais ilibada e equilibrada jurisdição.
É terrível e
ruidosa a sina dos injustiçados, mas também é balsâmico o canto dos redimidos,
quando enfim podem romper os grilhões e gritar sua liberdade e inocência a
plenos pulmões. Barros é um desses libertos! É um daqueles que, hoje, pode
andar de cabeça erguida perante seus colegas de profissão na magistratura ou na
advocacia, diante de seus alunos, familiares e amigos, e pode, com o sorriso
que lhe sempre foi característico, confraternizar não apenas por seu
aniversário, mas também por ter visto a Justiça pela qual dedicou uma vida
inteira enquanto profissional do direito, enfim, ser realizada.
Está nota é um desagravo, não só daqueles que se colocam
como verdadeiros amigos e admiradores de Francisco Barros Dias; mas também de
todos aqueles que ainda acreditam na justiça. Não a vêem como mera quimera ou
ilusão simplória a ser duplicada em hinos religiosos, em poemas declamados ou
em reflexões filosóficas, mas uma justiça de verdade, que consagra verdadeiros
campeões, que sempre ficarão na memória dos que envelhecem, e nas histórias a
serem contadas aos que ainda nem nasceram. Este desagravo não vem carregado de
revolta e nem de ressentimento, mas de alegria como a de um contagiante frevo,
pois como dizem os belos versos da célebre marchinha pernambucana "Madeira
do Rosarinho" de mestre CCapiba "E se aqui estamos , cantando essa
canção. Viemos defender a nossa tradição. E dizer bem alto que a injustiça dói.
Nós somos madeira de lei que cupim não rói". Feliz aniversário!! Francisco
Barros Dias!!!".
Por Fernando Alves e
demais membros da confraria Habeas Corpus
0 comentários:
Postar um comentário