A portaria Nº 405, de 17 de abril de 2020, é assinada
pelo ministro Abraham Weintraub, e designa Josué de Oliveira Moreira a exercer
o cargo de “reitor pro tempore”.
Josué Moreira assumirá o cargo que seria do professor
José Arnóbio de Araújo Filho, escolhido pela comunidade acadêmica em reeleição
realizada em 5 de dezembro de 2019. Arnóbio teve 48,25% dos votos válidos.
O 2º colocado, o professor Wyllys Abel Farkatt Tabosa,
atual reitor do Instituto, teve 42,26%. A lista tríplice foi completada pelo
professor José Ribeiro de Souza Filho, terceiro colocado, com 3,22% dos votos.
A consulta à comunidade acadêmica teve ainda a
candidatura do Ambrósio Silva de Araújo, que terminou na quarta posição com
2,77%.
José Arnóbio não teria sido nomeado porque responde a um
Processo Administrativo Disciplinar(PAD), e que o Ministério da Educação cobrou
o resultado, mas lhe foi negado. Essa justificativa foi apresentada pelo
deputado federal General Eliéser Girão (PSL), “padrinho” político do
nomeado Josué Moreira.
O parlamentar não assume a “paternidade” da nomeação, mas
tira uma carta de garantia ao apontar que o Ministério da Educação já havia
nomeado reitores pro tempore em dois estados.
Josué Moreira foi candidato a prefeito de Mossoró nas
eleições 2016, defendendo as cores do PSDC. Ele recebeu apenas 1.370 votos
(1,04% dos votos válidos), ficando na última colocação. A eleita foi a prefeita
Rosalba Ciarlini (PP) com 67.476 votos (51,12%).
Recentemente, Josué Moreira trocou o PSDC pelo PSL, levado
pelo presidente estadual da sigla, ex-candidato a deputado estadual Daniel
Sampaio, com apoio do deputado Girão. Josué Moreira é professor do campus do IFRN em Mossoró.
A nomeação de Josué Moreira é exclusivamente política, independentemente de
suas credenciais e competência como servidor público federal concursado. Josué
é da cota do deputado Girão e se "candidatou" ao cargo quando fez a
travessia do PSDC para o PSL, controlado no RN pelo grupo político do general.
Outro ponto decisivo é a clara determinação do presidente Jair Bolsonaro de
tirar a esquerda do controle do ensino federal brasileiro (institutos técnicos
e universidades), e substituí-la por dirigentes alinhados à sua ideologia
política.
Resta saber como a comunidade acadêmica recepcionará o reitor pro
tempore Josué Moreira, no retorno às aulas após a quarentena provocada pela
pandemia do novo coronavírus.
Fonte: Jornal de Fato.
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