Na coletiva, Marques discursou:
“Nesse momento, a nossa principal preocupação nesse grupo
é preservar a vida daqueles estudantes e logicamente das suas famílias e, por
tabela, da população em geral.” O secretário também defendeu que a suspensão
das atividades letivas continue nas redes municipal e privada, que compreende
mais de 1 milhão de alunos.
Beleza.
Só que tem um porém. As aulas na rede estadual de ensino
foram suspensas antes da pandemia da Covid-19. E continuarão suspensas após a
pandemia. Por uma razão que Marques escondeu no seu discurso: a greve dos
professores estaduais.
A categoria iniciou a greve por tempo indeterminado no
dia 5 de março, porque o governo não implantou o reajuste de 12,84% no piso
salarial do Magistério. A proposta apresentada pelo governo foi considerada
desrespeitosa pelos educadores, pois levaria mais de um ano para ser
consolidada e, por gravidade, prejudicaria a aplicação do reajuste de 2021.
O governo sugeriu a implantação do reajuste em três
parcelas de 4,11%. Para os servidores da ativa, essas parcelas seriam
creditadas nos meses de julho, setembro e dezembro. Para os aposentados, em
agosto, outubro e dezembro, sendo que o pagamento do valor retroativo a esse
reajuste em 24 parcelas, que só terminaria no próximo ano.
A postura da governadora Fátima Bezerra, que é professora
de formação, e que fez carreira política com a bandeira do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do RN (SINTE), foi considerada surpreendente pela
categoria. Setores de luta, que sempre estiveram ao lado de Fátima, decidiram
pelo afastamento.
O Sinte-RN, que decidiu ser governista, indicando
dirigentes, amigos e parentes para cargos de primeiro e segundo escalões do
governo, tentou contornar a crise, e até manobrou para evitar a greve, mas a
assembleia geral dos professores se sobrepôs à vontade política dos dirigentes
sindicais.
Portanto, a Covid-19 não é culpada pela suspensão das
aulas na rede estadual. O vírus apenas "acalhou" o discurso do
Governo do Estado.
Infelizmente.
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