O que vejo é que nada mudou desde aquele manuscrito, e a
perplexidade da população continua justamente porque a guerra de informação e
desinformação continua cada vez mais acirrada (chega-se a falar de teoria da
conspiração) e ninguém se entende com relação à forma de se enfrentar o
problema. Em verdade, se existe uma divergência técnica, precisamos pelo menos
que ela seja devidamente esclarecida à sociedade de uma maneira mais uniforme
de modo a transmitir um grau mínimo de segurança à população para que todos
possam agir da melhor forma possível a enfrentar o problema.
Infelizmente, essa orientação não está sendo feita e é aí
que continua residindo a minha indignação!
Entendo, por exemplo, que o Governo Federal vem agindo
muito bem, pela minha compreensão, desenvolvendo boas medidas para tentar
conter a patente recessão econômica que virá e o enfrentamento das questões
trabalhistas, pois infelizmente nenhum Poder Público conseguirá aliviar o povo
de tudo que a pandemia infelizmente está nos ocasionando!
É visível que, quando o Presidente deixa seus assessores
trabalharem tentando levar para a população a propugnada uniformidade, tudo
fica mais fácil. Veja, por exemplo, na ação que a União responde no STF, a AGU
corretamente expôs de forma ordenada para o Tribunal tudo que o Governo vem
fazendo e é essa tranquilidade que se busca.
Não estou aqui fazendo críticas pessoais a nenhuma
autoridade, em especial ao Sr. Presidente da República, e tenho deixado claro,
desde o começo, a sua preocupação salutar com a questão da economia, já que é
razoável a preocupação de que a crise econômica que ocorrerá certamente após o
enfrentamento da pandemia pode matar muito mais pessoas que a própria doença.
No atual cenário, entretanto, não se pode defender que
qualquer dos lados da suposta disputa política que vejo, predomine de forma
absoluta em relação ao outro. Precisamos sim, que haja entre todos os
governantes e agrupamentos políticos o devido entendimento sobre a matéria.
Vejamos como exemplo a forma como o Legislativo brasileiro vem tendo ao aprovar
o chamado “Orçamento de Guerra”, oportunidade em que se viu partidos
tradicionalmente de oposição ao Governo Federal votando favoravelmente e dando
voto de confiança.
A partir desse exemplo, mais uma vez, exorta-se aos
Governantes que deixem de lado suas questões pessoais, de politicagem ou de
qualquer outra natureza, em especial a famosa vaidade que prevalece demais na
seara pública e política, em nome da saúde e da economia pública, já que dos
homens públicos esperamos sempre a atitude de buscar o benefício maior da
coletividade, já que representam todos nós no exercício de seus mandatos.
E vou mais além para finalizar, querer que o povo
brasileiro, no meio dessa desinformação e informação desencontrada não aja por
precaução, é sinceramente querer demais, pois até mesmo por instinto a maioria
das pessoas vão querer, por medo, seguir a linha do isolamento social, na qual
as autoridades técnicas do próprio Governo estão a indicar e oficialmente o STF
recebeu essa resposta.
Portanto, não há razão para que se continue essa
perseguição ou sei lá o que que acontece nesse momento com quem tão somente
resolve agir segundo a maioria e com medo do que está se está se vendo. Tome
como exemplo os Estados Unidos, tão copiado por nós, que defenderam, no
primeiro momento, a liberalidade da população trafegar livremente e agora, quando
mudaram a forma de enfrentar a pandemia, com recomendação explícita de
isolamento social, deixou de ser paradigma para quem antes os idolatravam!
Como dito já era para finalizar, porém, ontem fomos
surpreendidos, também na esfera federal e com reflexo, por óbvio, em todas as
ações atuais, inclusive a resposta mencionada no STF, que o Ministro Mandetta
poderia ser exonerado e como enunciado pelo mesmo ao final do dia em entrevista
coletiva, além de mais um desencontro de informações, o dia rendeu pouco, ou
seja, muitas coisas acontecem em nosso país além da pandemia e da própria
economia e isso não pode continuar acontecendo, daí esse último exemplo ao
mesmo tempo de desinformação com final de feliz de entendimento, que é
justamente o que o povo brasileiro espera daqui pra frente que teremos a fase
mais aguda da crise.
O chamado pico da pandemia não chegou ainda no Brasil e
tomara que os que hoje pregam o isolamento vertical e a retomada diagonal ou
qualquer outro nome de retorno do povo às ruas estejam certos. Não se pode
admitir, entretanto, que se condenem aqueles que pretendem permanecer no
isolamento, principalmente em face do medo e temor causado por tanto
desencontro de informação, agindo de forma defensiva e com precaução.
Indago, essas pessoas estão erradas ou são as autoridades
que não se entendem?
Será que nos outros países as coisas estão do mesmo jeito
que no Brasil?
Sinceramente, eu não sei a resposta, mas tenho certeza
que aqui ou em qualquer outro pais em que haja esse desencontro, as coisas não
andam bem, e, certamente, não deveria ser assim, pois a possível divergência
técnica, por si só, não é razão para se tratar um problema tão grave como está
sendo tratado no Brasil. Para mim, esse estado de coisas, somente comprova algo
que há muito tempo denuncio: a politicagem que não deixa de prevalecer sobre
todos os problemas sérios que os políticos enfrentam em nosso país e nem mesmo
uma pandemia faz a maior parte deles esquecerem.
Ainda bem que temos exceções e são elas que nos movem e
nos dão a certeza que na verdadeira política teremos a solução para todos os
problemas, afastando essas pessoas que somente a usam de modo errado, até mesmo
numa crise como a que estamos vivendo agora.
Não percamos a esperança nunca, pois ela nos reaviva
todos os dias e o Brasil e o mundo vencerão esse mal, mesmo com esses que se
dizem políticos e que, na verdade, são oportunistas que se aproveitam de tudo
para continuarem fazendo média, até mesmo em momentos que a união deveria ser a
única tônica para salvarmos as vidas e a própria economia de nossa sociedade,
ao mesmo tempo!
Dr. José Herval Sampaio Júnior.
Cidadão indignado com grau de desinformação técnica e uniformidade de
tratamento da pandemia no Brasil
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