A reportagem entrou em contato com a diretora da unidade,
Herbênia Ferreira, sobre a informação trazida pelo Sindsaúde. Herbênia
confirmou a veracidade da informação ao DE FATO.COM disse ainda que uma destas
pessoas afastadas do trabalho é justamente ela.
““Sim (confirmando a informação). Temos alguns servidores
e inclusive eu, a diretora do hospital. Estou afastada, em isolamento domiciliar
aguardando o resultado dos exames. Eu estou bem e outros servidores também,
algumas enfermeiras”, disse.
A diretora do HRTM explicou que começou a sentir os
sintomas na terça-feira passada e que fez o exame e aguarda o resultado, mas
frisa que não tem mais nenhum sintoma.
“Eu pelo menos tive os sintomas. Começou terça-feira da
semana passada. Ontem (domingo) fiz uma tomografia que não mostrou imagens
compatíveis com covid, mas eu fui orientada pelo médico para fazer o teste.
Hoje foi colhido e permaneço em quarentena, em isolamento domiciliar esperando
só o resultado do exame, mas não tenho nenhum sintoma. Nem tosse, nada. Mas só
posso sair do isolamento quando receber o resultado do exame”, emendou.
Herbênia Ferreira disse ainda que duas enfermeiras do
hospital testaram positivo para o coronavírus. Ela falou que uma delas já
cumpriu o período de quarentena e já até voltou a trabalhar. A outra está
internada e passa bem.
“Duas enfermeiras já receberam resultado positivo para
covid-19. Elas estão bem. Estão ainda em quarentena, porém, já sem apresentar
sintomas. Uma delas já saiu da quarentena e já voltou a trabalhar hoje e uma
enfermeira ainda permanece internada. Nenhuma em estado grave”, disse.
Ainda em sua denúncia, o Sindsaúde lembra que desde o
final do mês passado, “foi amplamente denunciado o fluxo irregular de
atendimentos de Coronavírus no Tarcísio Maia, colocando em risco vidas de
profissionais e pacientes em um hospital que não é pensado para atender
pacientes com doenças infecto-contagiosas e com um quantitativo de EPIs
limitado”.
O órgão lembra ainda que após a denúncia, a direção do
Hospital Rafael Fernandes se posicionou frente ao seu papel em combater o novo
Coronavírus, e o governo acelerou as obras para entregar uma ampliação de 21 leitos
de UTIs no hospital, além da chegada de EPIS na unidade - o que resolve apenas
parcialmente o problema. “Conforme foi avisado, os profissionais agora estão
adoecendo”, lamenta o sindicato.
O Sindsaúde destaca que profissionais do Hospital
Tarcísio Maia estão a serviço da população para combater a pandemia, ainda que
em condições longe das ideais e que “o governo judicializou e negou o pedido de
afastamento de centenas de profissionais que se enquadram em grupos de risco do
novo Coronavírus, apesar de ter aberto essa mesma possibilidade através da
Portaria SEI nº 758, de 18 de março de 2020”.
“Sem direito de se afastar mesmo com suas vidas em grande
risco, são servidores e servidoras que sofrem com meses de salário atrasado,
muitos deles sem direito à insalubridade. Não podemos deixar de apontar a
recente decisão polêmica do governo de não pagar mais os plantões extras no mês
trabalhado, afetando ainda mais a condição financeira da categoria - decisão
essa ao qual o sindicato se opõe.
É necessário valorizar o serviço da categoria
de profissionais da saúde, que está adoecendo para servir ao povo. Defendemos
insalubridade de 40% para todos e todas que estão na linha de frente contra o
Covid-19, bem como o reestabelecimento da insalubridade para aposentadas e
aposentados. Defendemos a valorização do trabalho da enfermagem, pagamento dos
salários atrasados, por EPIs seguros e em nível suficiente, e pelo
restabelecimento do direito ao afastamento dos grupos de risco”, encerra o
sindicato.
Leitos de UTI
Herbênia Ferreira também confirmou a reportagem que os
leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para os pacientes com
Covid-19 deverá ser ocupado ainda na noite desta segunda-feira, 6.
“O pessoal da Sesap estar aqui no hospital e estamos
ainda fazendo os últimos arremates e alguns ajustes, instalando alguns
equipamentos, mas eu acredito que até o final da noite já começa a receber
pacientes que estejam graves e entubados”, finalizou.
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