“Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho a
inteligência das Forças Armadas que não tem informações; a ABIN tem os seus
problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando
realmente… temos problemas… aparelhamento etc. A gente não pode viver sem
informação”, declarou, em um dos trechos destacados.
Após a queixa, Bolsonaro afirma: “E me desculpe o
serviço de informação nosso – todos – é uma vergonha, uma vergonha, que eu não
sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou
interferir. Ponto final.”
A entrega das falas também mostra o momento em que o
presidente fala sobre a preocupação de proteger sua família. “Já tentei trocar
gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso
acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu,
porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à
estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar
o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”,
disse.
A AGU argumenta que Bolsonaro se referia à segurança
pessoal dele e de familiares durante a reunião, sem relação direta ou indireta
à chefia da Polícia Federal. Ainda de acordo com a defesa do órgão,
seria “literal e objetivamente equivocado” interpretar a fala do
presidente se queixando de não ter informações dos órgãos do governo como uma
tentativa de obter informações sigilosas de investigações da Polícia Federal.
O relator do inquérito, o ministro Celso de Mello, deverá
decidir se dá publicidade ao vídeo com o registro da reunião ministerial ou se
o mantem em sigilo. Em live realizada em suas redes sociais nesta quinta-feira,
o presidente Jair Bolsonaro disse que espera que o ministro tenha sensibilidade
e não divulgue o vídeo na íntegra.
“Espero que o vídeo na íntegra não seja liberado. Tem
questões de Estado, segurança nacional, e coisa pessoal, se falou em economia,
não é o caso de estar nesse assunto”, declarou.
“São dois trechos de 30 segundos que interessam ao
processo. Mas, da minha parte, eu autorizo divulgar os 20 minutos, até para ver
dentro de um contexto. O restante a gente vai brigar, a gente espera que haja
sensibilidade do relator, que é uma reunião reservada nossa. A gente espera que
ele acolha isso”, completou.
Ainda de acordo com o presidente, a AGU deve encaminhar
uma petição ao relator do caso para que ele acolha o pedido.
Veja os trechos completos:
“Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho
a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas
que não têm informações; a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações,
só não tem mais porque tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento,
etc. A gente não pode viver sem informação. Quem é que nunca ficou atrás da…
da… da… porta ouvindo o que o seu filho ou a sua filha tá comentando? Tem que
ver pra depois… depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem
que ver antes. Depois que o moleque enchou os cornos de droga, não adianta mais
falar com ele: já era. E informação é assim. [referências a Nações
amigas]. Então essa é a preocupação que temos que ter: “a questão
estratégica”. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso –
todos – é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá pra
trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é
ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade.”
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de
Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha
família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da
segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar, se não puder
trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto
final. Não estamos aqui para brincadeira”
Fonte: Carta Capital
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