Olho D'água do Borges/RN -

Servidores do RN já convivem com salários congelados e atrasados

O Congelamento de salários dos servidores públicos é uma das condições para a União liberar a ajuda de R$ 125 bilhões para estados e municípios.

A medida, aprovada no Senado na noite deste sábado (2) terá validade de 18 meses, até dezembro de 2021, conforme a proposta negociada entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (PSDB).

Logo houve reação das entidades sindicais que defendem as diversas categorias de servidores públicos, sob a justificativa, justa, que os servidores não podem pagar o preço da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Nem mesmo a argumentação de que é preciso conter os gastos para minimizar o “rombo” nas contas públicas, convence a quem será chamado a pagar uma conta que não é sua.

Beleza.
Agora, tem um porém: em quase a totalidade de estados e municípios, com raríssimas exceções, os salários estão congelados há anos. Pior ainda: uma grande parcela de estados e municípios, além de não atualizar os salários, ainda deve folhas de até 2018.

É o caso do Rio Grande do Norte. Os servidores públicos – ativos, aposentados e pensionistas – ainda não viram a cor do salário e do 13º salário de dezembro de 2018. Duas folhas engavetadas pelo governo. Além disso, a maioria dos servidores estaduais não recebe reajuste salarial há 11 anos.

Tem mais: a governadora Fátima Bezerra (PT) não implantou o novo piso salarial do magistério (12,84%), previsto em lei, em vigor desde 1º de janeiro de 2020. Os professores iniciaram greve no dia 5 de março, e ainda não receberam proposta capaz de suspender o movimento. A única proposta - até aqui - prevê o pagamento parcelado e o retroativo em até 22 meses, o que foi considerado um insulto pelos mestres.

É claro que os gestores públicos aceitam o congelamento de salários, embora a maioria deles não assuma essa posição para a plateia. O discurso politicamente correto é dizer que quem congelou foi o governo Bolsonaro, sem declamar uma sílaba de que em contrapartida estados e municípios estão colocando as mãos numa bolada de 120 bilhões de reais – carimbada pelo novo coronavírus.

Há, porém, uma situação delicada para dirigentes de sindicatos que apoiam o governo Fátima Bezerra, como é o caso da diretoria do Sinte-RN: como lutar contra o congelamento de salários proposta pela União se o Governo do Estado “congelou” os salários dos professores?

É a sinuca de bico de quem abandonou a luta e escalou a rampa do governo.

Fonte:Jornal de Fato.

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