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Além de colaborar com 2 mil voluntários em testes para a
vacina contra o coronavírus, o Brasil também pode ser um dos países a
participar da fabricação e distribuição de doses do imunizante.
A biofarmacêutica britânica AstraZeneca anunciou acordos
internacionais no valor de 750 milhões de dólares com a Coalizão de Inovação em
Preparação para Epidemias (Cepi, sigla em inglês) e com a Gavi, Aliança Global
para Vacinas e Imunização, grupo no qual o Brasil faz parte desde setembro de
2018. A aliança com a Gavi facilita a possibilidade de laboratórios
brasileiros, como Fiocruz e Instituto Butantan, fornecerem vacinas para a
instituição.
O acordo irá apoiar a fabricação e a distribuição de 300
milhões de doses da vacina até o fim do ano. Há ainda um terceiro acordo, com o
Instituto Serum, da Índia, que visa a fornecer 1 bilhão de doses para países de
baixa e média renda.
Além da parceria com a Gavi, segundo o presidente da
AstraZeneca no Brasil, Fraser Hall, há discussões com governos, inclusive o do
Brasil, sobre quantas vacinas contra o coronavírus o Brasil precisaria comprar.
Estamos trabalhando em três áreas chaves no Brasil. A
primeira é sobre o ensaio clínico da vacina, a segunda sobre quantas vacinas o
Brasil gostaria de obter e, na terceira, discute-se quais seriam os métodos de
fornecimento da vacina que a empresa usaria para atender aos requisitos do
governo brasileiro.
Ao fazer parte da Gavi, o Brasil doa anualmente para a
entidade internacional 1 milhão de dólares para apoiar o acesso a vacinas em
países mais pobres. Segundo o Ministério da Saúde, o apoio à Gavi também é
importante para garantir estoques emergenciais de vacinas para doenças
estratégicas.
De acordo com Sue Ann Clemens, diretora da Iniciativa
Global de Saúde da Universidade de Siena e coordenadora dos centros de testagem
da vacina no Brasil, já houve uma reunião, na qual ela estava presente, entre
Ministério da Saúde, Astra Zeneca e a Fiocruz no sentido de ampliar a produção
da vacina.
Tem essa conversa, não só com o nosso país, mas com
vários outros. Isso é normal. Estão procurando países que tenham produção
própria, como o Brasil. Eles (a AstraZeneca) devem investir em algum lugar, mas
onde ainda não sabemos.
Na prática, explica a especialista, a produção própria da
vacina diminui principalmente os custos.
O que muda é o preço final, porque compra-se a vacina
pronta a um certo preço. Se você transfere a matéria prima e a tecnologia para
o Brasil, o custo cai bastante. – Com certeza deve ter uma fila de países que
já pagaram pela vacina. Se o país paga, ele entra na fila de quem recebe
primeiro. O Brasil já foi abordado, questionado sobre o número de doses –
completa.
Os resultados sobre a eficácia da vacina contra o
coronavírus devem sair em setembro, segundo a AstraZeneca. A Universidade de
Oxford, cujo projeto é financiado pelo governo britânico, se associou ao grupo
farmacêutico para fabricar e distribuir em todo o mundo a vacina que está
desenvolvendo.
Fonte: O Globo
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