Juiz do TSE estuda aproveitar quebra do sigilo bancário e
fiscal de Luciano Hang pelo STF em ações de cassação de Bolsonaro.
A cidade catarinense de Brusque tem um morador ilustre
entre seus 130 mil habitantes, Luciano Hang, 36º maior ricaço do país, fortuna
de 8 bilhões de reais em 2019. O dono das lojas Havan abriu a porta de casa às
6h da manhã em 27 de maio e deu com a Polícia Federal (PF). Os agentes tinham
ido recolher seu celular e computador, por ordem do juiz Alexandre de Moraes,
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Graças ao inquérito sobre milícias digitais e fake news conduzido por Moraes, motivo da
ida da PF a Brusque, o empresário bolsonarista tornou-se um risco ao mandato de
Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não é à toa que o ministro
da Justiça, André Mendonça, pediu ao STF um habeas corpus para todos os alvos
do juiz, apesar de não haver ninguém do governo entre eles.
No inquérito das fake news, Hang teve seus sigilos fiscal
e bancário quebrados. Pelo que já foi investigado em 15 meses, Moraes acha que
o empresário faz parte do núcleo financiador da “associação criminosa”, que é
como o togado define as milícias digitais. A quebra vale para o período 1 de
julho de 2018 a 30 de abril de 2020. Ou seja, abrange a campanha presidencial.
Existem no TSE duas ações de cassação da chapa Jair
Bolsonaro e Hamilton Mourão em condições de ser abastecidas pelas descobertas do
inquérito das milícias digitais. Ambas são de autoria da coligação de Fernando
Haddad, do PT. Em uma delas, o dono da Havan é réu também.
No dia da ação policial na casa de Hang, os advogados do
PT requisitaram ao juiz do TSE que cuida das duas ações, Og Fernandes, o
corregedor-geral da corte, para que as descobertas do inquérito das milícias
digitais sejam aproveitadas. O objetivo é usá-las de prova para reforçar a
alegação de que houve abuso de poder econômico e uso de fake news a favor do
ex-capitão na eleição.
Detalhe: Alexandre de Moraes assume agora uma vaga de
membro titular do TSE, tribunal que sempre conta com três juízes do Supremo
entre seus sete integrantes.
Em 29 de maio, Og Fernandes mandou um despacho a
representantes da campanha de Bolsonaro, para que eles opinem sobre o
compartilhamento pedido pelo PT. Deu três dias de prazo para uma reposta.
Depois disso, fará a mesma consulta ao Ministério Público Eleitoral.
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