O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira
17, que houve abuso na operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal contra
seus aliados e que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”.
“Em 1970, eu já estava na luta armada e conheço tudo o
que está acontecendo no Brasil. Você está falando respeitosamente comigo, sei
disso. Mas tem gente que nasceu 40 anos depois do que eu vivi e quer dizer como
devo governar o Brasil. Eu estou fazendo exatamente o que tem que ser feito”,
disse Bolsonaro.
A resposta veio após questionamento de uma apoiadora, que
diz fazer parte do movimento bolsonarista “300 pelo Brasil”, um dos alvos da operação.
“Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca.
Eles estão abusando. Isso está a olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, no
dia de hoje, quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma visto
numa democracia por mais frágil que ela seja. Então, está chegando a hora de
tudo ser colocado no devido lugar”, completou o presidente no jardim do Palácio
da Alvorada.
Nesta terça-feira 16, o presidente já havia se pronunciado no Twitter sobre o caso. Bolsonaro falou
em perseguição contra os conversadores e afirmou que vai agir.
“Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir
calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei
todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do
dos brasileiros”, diz.
Ontem, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão por
investigação sobre manifestações antidemocráticas. Foram alvos dirigentes da
sigla que o presidente tenta fundar, o Aliança pelo Brasil, além de blogueiros,
deputados, e youtubers de direita, todos ligados ao presidente.
No final da tarde, o ministro Alexandre de Moraes, do
STF, determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados federais e um
senador da base de apoio do presidente no Congresso. O presidente apontou que
quer preservar a democracia, mas que não pode fingir “naturalidade” com o que
está acontecendo. “Nada é mais autoritário do que atentar contra a
liberdade de seu próprio povo”, diz.
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