Provocado pelo deputado estadual Tomba Farias (PSDB), o
procurador-geral do Ministério Público de Contas, Thiago Guterres, admitiu na
tarde desta segunda-feira, 22, durante reunião da Comissão Especial da COVID 19
da Assembleia de Legislativa do Rio Grande do Norte, que há indícios de
irregularidade, crime e má gestão com relação à compra dos respiradores pelo
Consórcio Nordeste. “Os índicos são realmente muito evidentes e, uma vez
confirmados, são muito graves", revelou.
Thiago Guterres disse que, como cidadão, compartilha com
a preocupação e indignação externada pelo deputado Tomba Farias com relação aos
valores que foram repassados ao Consórcio Nordeste de forma “provavelmente
muito precipitada e mal feita”. Ele destacou ainda que “se o Consórcio, de início,
nas primeiras contratações, não vem se mostrando eficaz para as finalidades
para as quais foi criado, realmente não faz sentido manter o estado do Rio
Grande do Norte nele”. Na opinião do procurador, essa discussão sobre a
permanência ou não do Rio Grande do Norte no Consórcio é muito mais
“político-administrativa e o TCE tem que avaliar sob o ponto de vista
técnico-jurídico”.
O posicionamento do procurador-geral foi uma consequência
do relato feito por Tomba Farias, que explicou que a empresa beneficiada com o
contrato do Consórcio Nordeste foi criada em 24 de junho do ano em curso, com
apenas um capital de R$ 100 mil. “Essa empresa fez uma compra de R$ 50 milhões
e as evidências são muito claras”, disse o parlamentar, ressaltando que o
governo comprou por R$ 163 mil respiradores que haviam sido anteriormente
adquiridos por R$ 84 mil.
Tomba Farias condenou também o comportamento da
governadora Fátima Bezerra (PT) que vem se mantendo em silêncio diante de toda
a polêmica envolvendo a compra dos respiradores, o Consórcio Nordeste e o fato
de o Rio Grande ter levado um “calote” de cerca de R$ 5 milhões, pagando por
respiradores que não foram entregues.
“O secretário executivo do Consórcio, Carlos Garbas, já
foi alvo da operação Lava Jato, suspeito de recebimento de propina.
Apesar de tudo isso, a governadora está em silêncio até hoje. A dona da empresa
fez uma deleção premiada dizendo que pagou R$ 12 milhões de propina. Isso é
muito grave, gravíssimo”, assinalou.
Fonte: Portal Grande Ponto
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