A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), arregaçou
as mangas e decidiu fazer chover para tentar aliviar o déficit hídrico nas
bacias hidrográficas. “A primeira chuva induzida ocorreu em 9 de dezembro sobre
a Bacia do Passaúna. O processo, chamado de semeadura de nuvens, provocou até o
momento 12 chuvas”, diz, em nota.
A empresa responsável pelo feito foi a Modclima, que deu
seus primeiros passos em 1998. O diretor de operações, Ricardo Imai, conta que
o projeto nasceu junto à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp). Foram sete anos desenvolvendo e validando a tecnologia até fechar o
primeiro contrato, em 2005.
Foi a partir de 2010, quando as chuvas aumentaram em São
Paulo, que a empresa começou a diversificar mais as áreas de atuação.
“Começamos com um projeto no Maranhão, com produtores de soja. Foram dez horas
de voo para derrubar algumas chuvas e eles conhecerem a tecnologia. Foi tão
legal que acabamos voltando mais duas vezes, uma na safrinha e outra em anos
posteriores”, conta.
De lá para cá, a empresa já atendeu produtores de grãos,
cacau, cana e silvicultura. “Toda atividade agrícola tem dependência muito
grande das chuvas. Começamos com atendimentos emergenciais e passamos para
prevenções contra a seca. A tecnologia foi concebida para aproveitar momentos
de chuva. Não existe mágica, sem nuvens não voamos”, diz.
A Modclima destaca que a tecnologia não usa nenhum
produto químico, sendo 100% limpa. “O processo é inteiramente físico e envolve
princípios de termodinâmica e transferência de calor, como ocorre no
desenvolvimento natural da nuvem. Apenas aceleramos o processo visando a
precipitação em determinada área alvo”, diz, em seu site.
Basicamente, a tecnologia consiste em sobrevoar uma área
com nuvens cumulus e liberar gotas de tamanho controlado para acelerar o processo
natural dentro da nuvem. “Fazemos isso dentro do período molhado, para otimizar
a quantidade e a distribuição da chuva”, afirma Imai.
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