Um deputado filiado a um partido do Centrão disse
ao Congresso em Foco que a
palavra impeachment ganhou
força nos últimos dias nos grupos de troca de mensagem de parlamentares.
"Antes era uma abstração. Agora entrou no plano concreto das cogitações.
Estou em grupos de colegas de todos os espectros ideológicos. Comenta-se
impeachment agora sem constrangimento", conta.
Segundo esse parlamentar, que pediu para não ter a
identidade revelada, até mesmo deputados do Centrão, bloco informal de partidos
que apoia o presidente Jair Bolsonaro, passaram
a levantar essa hipótese na última semana. A inação do governo federal na crise
em Manaus que resultou em mortes de pacientes de Covid-19 por falta de oxigênio e
o atraso na importação de insumos da China insumos para a produção das vacinas
são, segundo ele, os principais combustíveis da insatisfação dos deputados.
"Não há, ainda, aquela vibração que havia no
impeachment da Dilma. Mas isso pode mudar dependendo da pressão da opinião
pública", observa. O deputado diz que também percebe agitação maior em
suas redes sociais, com cobrança de seguidores. "Quando eu comentava algo
do governo a repercussão era X. Agora é dez vezes maior. E questionam se vou
ficar nas críticas apenas no Twitter", relata.
Uma série de manifestações está prevista para este fim de
semana pedindo o impeachment do presidente. Partidos de esquerda e movimentos
que foram às ruas pedir o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, como o MBL e o Vem Pra Rua estão
entre os principais organizadores dos atos. Desde o início do mandato de
Bolsonaro, foram apresentados 62 pedidos de impeachment contra ele. Os
requerimentos estão na gaveta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Fonte: Congresso em Foco
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