A equipe do presidente Jair Bolsonaro diz
que acendeu o sinal de alerta dentro do Palácio do Planalto no que pode se
transformar a nova crise relacionada ao coronavírus no país, depois da tragédia em Manaus. Pode faltar vacina no Brasil para dar continuidade ao Programa Nacional de
Imunização.
Nesse caso, interlocutores e assessores do presidente
avaliam que a responsabilidade pela falta de vacina no país pode acabar sendo
debitada na conta de Bolsonaro.
Afinal, conflitos criados pelo atual governo com a china podem acabar atrasando
ainda mais a exportação de princípios ativos daquele país para o Brasil,
impedindo que Butantan e Fiocruz produzam
vacinas aqui em fevereiro.
A Fiocruz, inclusive, já divulgou que seu planejamento
mudou e não terá mais condições de produzir vacinas em fevereiro, como previsto
inicialmente, por causa do atraso na importação dos princípios ativos para
fabricação do imunizante nos seus laboratórios.
Os produtos estão parados na China desde dezembro e a
avaliação é que questões diplomáticas, mais do que burocráticas, estão travando a vinda dos
insumos.
No caso do Butantan, o instituto tem uma expectativa de
que os insumos sejam liberados já na semana que vem com base nas negociações feitas pelo governo de São Paulo com a China. Neste caso, a produção
poderia ter continuidade no mês que vem. A avaliação no governo paulista é que
o Butantan tem a vantagem de ser ligado a São Paulo, que tem uma boa relação
com os chineses, ao contrário do que acontece com o governo brasileiro.
Ou seja, destacam interlocutores de Bolsonaro: além
de perder a foto da primeira vacinação para o governador João Doria, agora o
presidente da República pode ficar na dependência exatamente da
CoronaVac, que ele tanto criticou, para que a vacinação no Brasil não seja
interrompida e pelo menos continue de forma gradual.
"Toda a política diplomática atrelada a Donald Trump,
com ataques constantes à China, está cobrando seu preço agora. Se faltar vacina
no Brasil por causa disso, levantamentos já mostram que a população vai
responsabilizar o presidente da República por isso", disse ao blog um interlocutor de
Bolsonaro.
O Palácio do Planalto definiu como prioridade tentar
destravar a vinda dos princípios ativos para a Fiocruz e Butantan, que estão
parados na China, e busca contornar as tensões diplomáticas criadas pelo
próprio governo brasileiro com o país asiático.
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