Há quase dois anos o movimento municipalista tem
reforçado posicionamento contrário a um dispositivo da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 188/2019, que prevê a extinção de cerca de 1.217 Municípios
de até cinco mil habitantes que não atingirem, em 2023, o limite de 10% dos
impostos municipais sobre sua receita total. Depois de inúmeras manifestações
no Congresso e no Executivo, os prefeitos tiveram um alívio com o anúncio do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que descartou a possibilidade
de pautar a matéria naquela Casa.
A afirmação do parlamentar ocorreu durante reunião com o
presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, e com
outras lideranças municipalistas estaduais. O encontro foi solicitado pelo
movimento municipalista e teve como objetivo apresentar a pauta prioritária
deste ano ao Congresso Nacional. Na ocasião, Aroldi reforçou a importância da
PEC 188/2019, que trata do Pacto Federativo, mas criticou o trecho que prevê a
dissolução desses Municípios. Em resposta, o presidente do Senado endossou o
posicionamento do municipalismo ao valorizar a autonomia, a cultura e o
contexto histórico enraizado em cada cidade que correria o risco de deixar de
existir.
"Sobre a extinção de Municípios, evidentemente eu tenho
uma posição radicalmente contrária. Quando saiu essa proposta, no dia que saiu,
eu desde já anunciei o meu repúdio a esse trecho. Por uma razão muito simples.
Uma vez criado um Município, há um sentimento de pertencimento das pessoas que
nasceram naquele lugar. O nosso papel enquanto brasileiro é permitir que esses
Municípios tenham sustentabilidade”, destacou o parlamentar.
Intitulada Mobilização Municipalista contra a Extinção
dos Municípios, prefeitos de todo o país se reuniram em Brasília. Acompanhados
pelos presidentes da CNM e de cada entidade estadual, os participantes
percorreram os gabinetes de deputados e senadores e marcaram presença em um ato
no gramado em frente ao Congresso Nacional. Eles protestaram contra a extinção
dos Municípios, ficando placas com o nome das 1.217 cidades. À época, a Confederação
também realizou um estudo para mostrar os efeitos da proposta e os dados.
Fonte: CNM
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