O Supremo Tribunal Federal retoma nesta quinta-feira 22 o
julgamento do “caso Lula”. Serão julgadas duas questões: o foro correto para
onde os quatro processos anulados devem ser remetidos – Brasília ou São Paulo –
e o habeas corpus da suspeição de suspeição de Sergio Moro, considerado o mais
importante de toda esta nova fase processual.
Entenda o que está em jogo:
Essa semana o Supremo julga se o fato de considerar
incompetente a 13° Vara Federal de Curitiba pode se sobrepor à suspeição do
ex-juiz Sergio Moro. Neste caso, a decisão abarcaria três processos anulados
por Fachin – com exceção do “caso triplex”, julgado pela Segunda Turma e no
qual Moro já foi considerado suspeito.
Os advogados de Lula pedem que a decisão sobre a
suspeição de Moro se estenda a três processos remanescentes: dois envolvendo o
Instituto Lula e o do “sítio de Atibaia”. Esse recurso, entretanto, ainda não
foi apreciado.
Por que a suspeição é importante?
A suspeição é considerada a principal ação, por abarcar
qualquer processo que tenha tido interferência participação de Moro – e em
qualquer etapa. Um exemplo: no caso do sítio de Atibaia, quem sentenciou foi a
juíza Gabriela Hardt, mas Moro atuou em fases anteriores do processo. E por
isso, segundo a de todo ele deveria ser anulado.
Lula livre?
Apesar do que está em jogo nesta nova etapa, os direitos
políticos de Lula seguem intactos, uma vez incompetência – que leva à anulação
de quatro processos – foi confirmada no plenário na semana p por 8 a 3.
O que argumentam os especialistas?
“O Supremo teria que fazer um esforço interpretativo
extremamente exagerado para acatar a tese da materialidade da suspeição. O fato
de Moro ser incompetente reforça que, antes, ele foi suspeito. Se e que a vara
em que atuava era incompetente e seguiu com os processos, ele atuou como
suspeito”, de coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho. De
acordo com ele, há uma tentativa blindar Moro ao não reconhecer a suspeição.
Também na quinta-feira será definido o foro onde os quatro processos de Lula
anulados por Fachin se remetidos: Brasília ou São Paulo. A grande aposta entre
especialistas é que de que eles serão remetidos para São Paulo, pois é onde ficam
localizadas as cidades de Atibaia, Guarujá, além da capital, onde fica o Instituo Lula.
Em seu voto, na semana passada, Alexandre de Moraes votou pelo envio para
Brasília. Faltam os ministros se posicionarem.
Gilmar Mendes diz que suspeição é caso superado e
inocência de Lula não está posta. O que o tribunal está mandando é para o juiz
competente processar e julgar as denúncias. É isso. Não foi uma absolvição”,
declarou o ministro. Para o coordenador do grupo, a declaração tira de Lula o
direito básico à presunção da inocência.
“Ao Presidente Lula devem ser aplicadas as mesmas regras
que se aplicam a qualquer brasileiro. O direito a um juiz insuspeito, a um juiz
competente, ao devido processo legal e à presunção de inocência. Com a anulação
dos processos conduzidos pelo ex-juiz Sérgio Moro, Lula confirma sua inocência
e volta a ter o direito de se candidatar às próximas eleições presidenciais”,
afirmou Carvalho.
Por fim, Carvalho reitera que “a declaração de Moro nem
sequer poderá ser revista pelo Plenário do Tribunal, que não é e nem pode ser
instância recursal de qualquer uma das turmas. Moro é, pois, como todos sabem,
um juiz suspeito e incompetente”
Nos últimos meses, ele participou de audiências, junto a outros integrantes do grupo Prerrogativas, com ao menos sete ministros do STF: Rosa Weber, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Lewandowski, Luis Fux, Luiz Roberto Barroso, Toffoli.
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