Levantamento feito pela Confederação Nacional de
Municípios (CNM) identificou sucessivos equívocos do governo federal na
operacionalização do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) após os cem dias
da vigência do novo Fundo, a partir de janeiro de 2021. Um dos problemas mais
impactantes foi o erro no cômputo do número de matrículas que é utilizado no
cálculo dos repasses feitos aos Municípios.
Na comparação das matrículas entre o Censo Escolar de
2020 e as planilhas do Fundeb publicadas pela Portaria Interministerial 1, de
31/03/2021, 421 cidades registraram perdas nas matrículas de 111 mil alunos
somente na pré-escola. Na creche parcial, 2.244 Municípios tiveram perdas de 25
mil alunos. No ensino fundamental de tempo integral a diferença verificada
aponta 695 mil matrículas. O Ente federado que teve o maior número negativo de
matrículas do Ensino Fundamental Integral foi o Ceará, onde 105 Municípios
tiveram perdas de pouco mais de 198 mil estudantes. Preocupada com as
divergências sobre os coeficientes de distribuição dos recursos do Fundeb, a
Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) denunciou os erros em
ofício encaminhado à CNM.
No documento, a entidade municipalista estadual e a União
dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/CE) questionaram a Portaria
Interministerial 1, de 31/03/2021, especialmente em relação à diferença das
matrículas no ensino fundamental em tempo integral no Censo Escolar 2020 e no
cálculo dos coeficientes de distribuição do Fundeb. Na semana passada, o
ministro da Educação, Milton Ribeiro, reconheceu erro nos sistemas no número de
matrículas para cálculo no repasse.
"Nós identificamos a tempo uma falha exatamente
nessa questão da filtragem das matrículas. E se for de fato constatado essa
identificação, se for preciso, publicaremos uma nova portaria corrigindo aquilo
que está errado. Foi uma falha da TI do FNDE [órgão do MEC responsável pela
gestão dos recursos]. Mas nós vamos consertar e vamos conseguir restaurar isso
que nós eventualmente fizemos", disse o ministro em evento de dirigentes
municipais da educação do Ceará.
De acordo com as reestimativas de receita do Fundeb
realizadas ao longo de um exercício financeiro, eram recalculados e publicados
o valor total da complementação e as parcelas mensais, sempre com iguais
valores, a partir de nova portaria interministerial. No entanto, no primeiro
ano de vigência do novo Fundo, a sistemática de repasse foi modificada, sendo
que o cronograma de desembolso dos recursos federais foi calculado a partir de
metodologia diferente do que comumente vinha sendo realizada.
Essa situação trouxe inúmeros questionamentos dos
Municípios em relação à mudança adotada para este ano de 2021 e publicada na
Portaria Interministerial 01, de 31/03/2021, que prevê repasses de recursos
federais com valores mensais diferenciados ao longo do ano. A CNM solicitou
informações sobre a metodologia de cálculo utilizada para o cronograma de
programação financeira da complementação-VAAF da União ao Fundeb, publicada
pela normativa.
Clique aqui para
saber mais detalhes sobre os questionamentos feitos pela CNM em relação aos
erros da operacionalização do novo Fundeb.
Fonte: Agência CNM de Notícias
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