A CPI da Covid vai
encaminhar ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, cópia do
seu relatório final, denunciando o presidente Jair Bolsonaro por crime contra a
humanidade. A decisão foi acertada entre o relator, Renan
Calheiros (MDB-AL), e o grupo majoritário da comissão, o chamado G7.
A denúncia se sustentará em dois pontos: a crise com o desabastecimento de
oxigênio em Manaus e a falta de políticas de proteção para os povos indígenas
durante a pandemia.
“No estado do Amazonas teve implantação clara da
imunidade de rebanho. Chegou a ter mais de 200 mortes em apenas um dia. A
população clama por oxigênio, em vez de mandarem oxigênio, mandaram 120 mil
comprimidos de cloroquina”, disse ao Congresso em Foco a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
“Isso é crime contra a humanidade, isso é crime grave. O relatório deverá ser
enviado ao Tribunal de Haia”, acrescentou.
Bolsonaro já é alvo de outros dois pedidos de
investigação no Tribunal Penal Internacional por causa da situação dos
povos indígenas.
Crime contra a humanidade é um termo de direito
internacional que se refere a atos deliberadamente cometidos como parte de um
ataque generalizado ou sistemático contra qualquer população civil. Em
funcionamento desde 2002, o Tribunal Penal Internacional é uma corte permanente
e independente que julga pessoas acusadas de crimes como genocídio, de
agressão, contra a humanidade e de guerra. “São processos muito longos. Mas há
elementos para a denúncia”, considera o senador Alessandro
Vieira (Cidadania-SE), integrante do G7.
Alguns desses elementos estão presentes no parecer
entregue nessa terça-feira (14) à CPI por um grupo de juristas a pedido de
Alessandro Vieira. O grupo liderado por Miguel Reale Junior atribuiu ao
presidente a prática de crimes contra a saúde pública, contra a
administração pública, contra a paz pública e contra a humanidade. Também acusa
Bolsonaro de ter cometido infração de medidas sanitárias preventivas,
charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação. Uma das signatárias do
documento é a juíza aposentada Sylvia H. Steiner, que atuou no Tribunal Penal
Internacional entre 2003 e 2016 e conhece como poucos os meandros da corte.
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