O Ministério do Desenvolvimento Regional decidiu
suspender os contratos destinados para a compra de máquinas agrícolas no
chamado “tratoraço” após orientação da Controladoria-Geral da União (CGU) que
apontou o sobrepreço de R$ 142 milhões na compra, que tem um valor total de R$
3 bilhões.
A auditoria foi instaurada após reportagem do jornal
Estadão, que revelou a existência do mecanismo de “toma lá, dá cá” do governo
Jair Bolsonaro a fim de aumentar sua base de apoio no Congresso Federal.
Apesar de ter negado irregularidades nos últimos quatro
meses, o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela liberação de
recursos, decidiu acatar a decisão da CGU e interromper os pagamentos de 115
convênios firmados com municípios, além de renegociar lotes de uma licitação
bilionária.
Em junho, o titular da pasta, o ministro Rogério Marinho,
pediu pela instauração da auditoria como forma de comprovar que não havia
sobrepreço nos contratos do Ministério, algo que foi contradito pelo relatório
da CGU que apontou risco de sobrepreço “alto ou extremo” em 61% dos 188
convênios analisados.
“Como se pode falar de superfaturamento em uma compra que
não foi feita? Ou houve açodamento por parte do jornal e do jornalista, na
pressa de se pregar uma narrativa, ou houve má-fé deliberada”, justificou o
ministro na ocasião.
Em nota enviada ao Estadão, o Ministério do
Desenvolvimento Regional disse que os convênios permanecerão suspensos até que
os municípios apresentem as correções e que medidas estão sendo tomadas para
“sanar os riscos averiguados”.
“O ministério reafirma o compromisso com a higidez e boas
práticas de gestão pública”, escreveu o órgão.
Fonte: A Tarde/UOL
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