Mais de 93% dos municípios reduziram seus gastos em
educação no acumulado até o quarto bimestre deste ano. O dado compara o mesmo
período de 2020, ano em que cerca de 300 municípios deixaram de aplicar o
mínimo constitucional no ensino. A informação foi levantada pela Frente
Nacional de Prefeitos (FNP) e indica que, se a tendência se repetir este ano,
mais de 800 prefeitos estarão sujeitos à inelegibilidade.
Esses dados foram apresentados por dirigentes da entidade
na segunda-feira, 18, à deputada federal Professora Dorinha, com o objetivo de
sensibilizá-la para aprovação da PEC 13/2021, que voltou à Câmara dos Deputados
após senadores aprovarem em segundo turno. De acordo com o material, 2.370
municípios não aplicaram o mínimo constitucional até agosto deste ano. O
levantamento foi feito com base nas informações registradas por 2.912
municípios no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em educação
(Siope). Acesse
aqui a nota técnica com mais detalhes.
“Nós queremos aplicar os 25% na educação, só que não tem
como. Se não tivermos a excepcionalidade que a PEC 13 abre, o que vai acontecer
são municípios fazendo um gasto ruim. Essa é a nossa preocupação”, declarou o
presidente da FNP, Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju/SE. A parlamentar
afirmou estar ao lado dos prefeitos. “Vou tentar fazer esse processo de
construção dessa flexibilidade”, mas alertou para que governantes municipais
alinhem entendimentos com seus secretários de educação, unindo posicionamento
com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Conforme justificou a nota, a FNP defende o texto
aprovado no Senado Federal da PEC 13/2021 para evitar gastos apressados,
temerários e de baixa qualidade. Com o prazo estendido para aplicação dos 25%
das receitas vinculadas até o final de 2023, municípios poderão planejar mais
adequadamente esses investimentos, beneficiando o ensino público.
“Temos poucos meses para o final do ano e não
conseguiremos fazer os investimentos e licitações necessárias. O que vai
acontecer é que muitos municípios não vão aplicar o mínimo e a educação perderá
definitivamente esse recurso”, destacou a prefeita de Pelotas/RS, Paula
Mascarenhas, vice-presidente de Segurança Pública.
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