De acordo com reportagem da revista Veja, Marina, Lilian, Erica,
Larissa, Jessyca e Adriana são pobres moradoras do DF e entorno que foram
aliciadas por Alcolumbre e funcionários de confiança para emprestarem seus
nomes a um esquema antigo de exploração de funcionários e apropriação de
dinheiro público: a rachadinha.
As histórias são praticamente idênticas, elas eram
contratadas, apareciam no Senado para entregar documentos, cartão e senha de
uma conta bancária aberta especificamente para o roubo. Assim, no dia do
pagamento, os salários, benefícios e auxílios eram sacados integralmente e um
depósito irrisório era feito na conta de uso pessoal das “assessoras”.
A soma dos vencimentos chegava a R$14 mil mensais, mas
apenas R$1.350 eram repassados às funcionárias. Segundo Marina, a proposta foi
feita pelo próprio Alcolumbre. “O senador me disse assim: ‘eu te ajudo e você
me ajuda'”, disse. Ela também explica que estava desempregada e aceitou receber
apenas R$1.350 do salário de mais de R$14 mil. “A única orientação era para que
eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”, detalhou.
Duas das assessoras fantasmas estão processando o
senador, mas não pelo esquema em si. Ambas foram demitidas sem qualquer aviso
prévio, o que é normal em cargos de confiança no serviço público. O problema é
que, além de não terem recebido as verbas rescisórias, ambas estavam grávidas e
não poderiam ser demitidas antes do fim da licença maternidade.
O senador disse apenas que se concentra na atividade
legislativa e que contratação de funcionários e outras questões administrativas
ficavam sob responsabilidade do então chefe de gabinete Paulo Boudens,
exonerado ainda em 2020.
Infelizmente, a prática é bastante comum no Congresso e em nos legislativos estaduais e municipais, mas, felizmente, começou a ser denunciada pelas pessoas aliciadas.
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