A equipe econômica do governo federal elevou a projeção
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que passou de 8,4% para
10,04%, de acordo com o Boletim Macrofiscal do Ministério da Economia,
divulgado nesta quarta-feira (17).
O índice, que mede a inflação para famílias com
rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, é a base da correção anual
do salário mínimo pelo governo.
Assim, a necessidade de um reajuste maior do salário
mínimo elevará as despesas do orçamento de 2022, que já está apertado, e
reduzirá o espaço fiscal dentro do teto de gastos.
Na proposta orçamentária de 2022, enviada em agosto, o
salário mínimo subiria dos atuais R$ 1.110 para R$ 1.169, baseado em um INPC de
6,2%. Agora, o número deve subir para algo em torno de R$ 1.210, de acordo com
cálculos da CNN.
Anteriormente, a equipe econômica já informou que cada R$
1 a mais no salário mínimo consome cerca de R$ 355 milhões do orçamento
público. Assim, a diferença de mais R$ 41 a ser corrigida no orçamento de 2022
pela mensagem modificativa consumirá cerca de R$ 14 bilhões do espaço fiscal
ano que vem.
Inflação
O governo também elevou a projeção oficial para a
inflação de 2021. A expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) feche o ano em 9,7%. Na edição anterior do documento, publicado em setembro,
a previsão era de inflação de 7,9%.
Se confirmado, o valor supera o teto da meta estipulada
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Enquanto o centro da meta de inflação
este ano é de 3,75%, o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual deixa
uma margem para que o IPCA varie entre 2,25% e 5,25%.
Para o ano que vem, a projeção de IPCA passou de 3,75%
para 4,7%, também acima do centro da meta de inflação de 3,5% em 2022, mas
ainda dentro do limite superior de 1,5 ponto para cima (5%). Quando a meta não
é cumprida, o Banco Central tem de escrever uma carta pública explicando as
razões.
Isso porque a principal ferramenta para perseguir a meta
inflacionária é a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de
Política Monetária (Copom) do BC.
Os números do governo se assemelham às expectativas do
mercado financeiro, que estima inflação de 9,77% em 2021 e 4,79% em 2022.
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