A seca grave atinge, este ano, 121 dos 167 municípios do
Rio Grande do Norte, segundo informações da Defesa Civil do Estado. O
número equivale a 72% das cidades nesta situação. Por causa do momento crítico,
o Governo do Estado decretou, na semana passada, situação de emergência no
território potiguar “por estiagem prolongada, que provoca a redução sustentada
das reservas hídricas existentes”. Para 2022, no entanto, a expectativa é de
que o cenário seja diferente, com chuvas dentro do normal ou até acima da média
em todas as regiões do Estado, segundo a Emparn.
Gilmar Bristot, chefe do setor de meteorologia da Emparn, explica que as boas perspectivas já começam na estação pré-chuvosa, que se inicia nesta segunda quinzena de dezembro e segue até meados de fevereiro de 2022. “Na terça-feira [14], tivemos chuvas boas na região Oeste – em torno de 10mm a 20mm. Isso é acima do normal para o mês de dezembro, que é um período onde normalmente chove pouco”, aponta.
Na próxima semana, especialistas de todo o Nordeste irão se reunir em Campina Grande (PB), para análise da estação chuvosa, que começa em março. Segundo Bristot, não há mecanismos que apontem para mudanças e a expectativa em torno dos bons índices pluviométricos deve se manter também para esse período.
“O pacífico continua mais frio do que o normal, enquanto o Atlântico Tropical Sul está mais quente do que o Atlântico Tropical Norte. Isso mostra uma evolução para que nós tenhamos chuvas – de normal a acima do normal – para os primeiros meses de 2022. Por enquanto, pelo que eu tenho analisado diariamente, não há nenhum fenômeno previsto para os próximos meses capaz de mudar esse cenário”, avalia Bristot.
Variação do La Niña
De acordo com o meteorologista, as condições oceânicas atuais (Pacífico mais frio e Atlântico Tropical Sul está mais quente) têm provocado estabilidade e levado bastante umidade para o interior do Nordeste. Prova disso, segundo ele, são as fortes chuvas registradas na Bahia e no Piauí. O fenômeno La Ninã pode influenciar na próxima quadra chuvosa, provocando grandes índices pluviométricos, mas ainda é cedo para afirmar se o fenômeno chegará fortalecido ao Nordeste.
“Temos observado uma variação do La Niña de fraca
para moderada. Não é interessante criar expectativa em relação a isso. Até
fevereiro, poderemos evoluir para um fenômeno mais organizado, porém, até lá, o
Pacífico costumar apresentar um aquecimento. Assim, o La Niña pode perder
força e depois voltar, obviamente. Existe uma variabilidade muito grande
aí”, esclarece Gilmar Bristot.
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