Rompimento com Henrique Alves e costura para se aproximar
da governadora move pai e filho
O ex-senador Garibaldi Filho (MDB) tinha pressa em romper
com o primo e parceiro de mais de 50 anos de política partidário-eleitoral,
ex-deputado federal Henrique Alves (MDB). Porém, nada foi de afogadilho e
movido por vesuviano ressentimento.
O anúncio público do distanciamento aconteceu dia passado
(veja AQUI e AQUI). Caviloso, Garibaldi fabricou oportunidade para a
proclamação do fim desse dueto com Henrique. A razão? Veremos adiante:
Diferenças entre ambos, mas principalmente entre seu
filho – o deputado federal Walter Alves (MDB) – e Henrique, existem e se
acumulavam há anos, sobretudo desde as eleições de 2018. O apoio – velado – de
Henrique à postulação de Benes Leocádio (PTC, hoje no Republicanos) à Câmara
Federal, foi a gota d’água do rancor. O racha foi se acentuando até o desfecho
do dia passado.
Porém, existe um detalhe que passa despercebido a
praticamente todos os observadores e cronistas políticos do RN: é o fato de
existir uma afinidade e aproximação entre a governadora Fátima Bezerra
(PT) e o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), que afeta indiretamente os
planos de Garibaldi.
A decisão de Garibaldi de tornar público o esgotamento da
coabitação até familiar, com Henrique, tenta abortar a gestação de um
acordo Fátima-Carlos. Com sua banda do MDB, o ex-senador quer ser o ‘Alves
da governadora’, ao lado do filho. Um entendimento entre o primo Carlos Eduardo
Alves e ela praticamente os alijaria dessa composição.
“Gari”, o ex-senador, sabe muito bem que um palanque do PT do RN não suportaria tanto Alves no lastro: ele, Henrique, Walter e Carlos Eduardo. Pelo menos dois deles precisam e devem sobrar. Ele e Waltinho ficam, calcula. Henrique e Carlos sobram
Garibaldi iça o filho Waltinho à sobrevivência
política. Essa é sua prioridade absoluta. Ele teria chances mínimas de
reeleição num MDB pacificado e unido, com Henrique voltando a concorrer à
Câmara Federal.
Com Fátima e o PT, de quem já foi ministro da Previdência
(gestão Dilma Rousseff), Garibaldi Filho aspira viabilizar o filho
como vice, com ele próprio concorrendo ao Senado ou outra posição estratégica,
que sele a aliança. Claro que Carlos Eduardo e Henrique Alves não entram no
pacote – só lembrando.
No último dia 28 de dezembro postamos a matéria “Ele
mesmo, Carlos Eduardo Alves”. Resumia a sinergia possível entre governadora e o
ex-prefeito natalense. Já no domingo (2), em entrevista ao jornal Tribuna do
Norte, a própria Fátima Bezerra deu a senha, confirmando o que tínhamos publicado:
– “Se o PDT sinalizar que quer aliança, estamos abertos a conversar”.
O ex-senador Garibaldi Filho precisou correr.
Fonte: Carlos Santos
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