Ventilada no fim de semana como uma solução para o grupo
oposicionista, a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel
Ferreira de Souza, ao Governo do Estado ganhou tração.
De acordo com o que foi apurado pelo Blog do Dina,
desde o domingo, Ferreira saiu do plano passivo – postura que adotara até
então, deixando os outros ventilarem o assunto – para assumir protagonismo –
mesmo na discrição.
De domingo para cá, o presidente da Assembleia
Legislativa tem procurado ouvir deputados estaduais, federais e a família para
construir um alicerce onde se sinta seguro para edificar uma candidatura ao
Executivo.
Nesse meio tempo, águas turvas passaram por baixo da
ponte que tentam pavimentar a candidatura de Ezequiel.
A água mais enlamaçada até aqui foi o artigo que Fernando
Mineiro escreveu em tom de recado para o presidente da Assembleia, apelando
para a descrença: Mineiro diz no texto que não acredita que Ezequiel tocará um
projeto dessa envergadura sem comunicar a governadora Fátima Bezerra, de quem
hoje é aliado.
Mas a verdade é que o presidente da Assembleia
Legislativa não tem deixado o governo totalmente no escuro. Os passos que ele
têm dado não são de desconhecimento total do grupo de Fátima Bezerra.
O MDB
Águas ainda mais turvas que o texto de Fernando Mineiro
estão prestes a cair na correnteza.
Isso porque Ezequiel Ferreira de Souza pretende ir em
busca de Walter Alves e Garibaldi Filho, que se encontram atualmente orbitando
em torno de uma aliança com Fátima.
Se esse triunvirato se consolidar – Ezequiel, Walter e
Garibaldi – estará dado o incontornável ponto de ruptura entre o presidente da
ALRN e o governo Fátima.
Do lado dos Alves, uma aliança com Ezequiel é vista com
bons olhos. Uma percepção resultante dessa avaliação foi uma intersecção com a
prefeita de Serra de São Bento, Wanessa Morais (MDB).
Nos últimos dias, ela se encontrou separadamente com
Walter e Ezequiel. Após o encontro com o presidente da ALRN, Morais não
escondeu de quem perguntou que o presidente da Assembleia Legislativa está
entusiasmado com a ideia de disputar o governo.
Para além disso, o grupo de Walter Alves entende que é
mais fácil explicar e engajar uma aliança com Ezequiel do que com Fátima. O
retrovisor de 2018, por exemplo, ajuda a explicar.
É que na última eleição, houve dobradinha entre Ezequiel
e Walter. De mais a mais, Ezequiel haveria de preferir o MDB, que tem muito
mais prefeituras no RN, do que o PT, que quase não as têm. E ainda há o
componente visceral.
Como Apodi, onde PT e MDB, num dos maiores colégios
eleitorais do RN, protagonizaram briga colérica na campanha de 2020.
Os ministros
Por fim, Ezequiel precisa ainda saber como ficará o
entrevero ministerial entre Fábio Faria e Rogério Marinho.
Mas como ambos caminham para um entendimento, esse é o
ponto de menor preocupação para o presidente da ALRN.
Nas variáveis que Ezequiel Ferreira de Souza tem para
decidir de vez se disputará o governo ou não, restará verificar uma das mais
importantes, qual seja, a bendita viabilidade.
É que depois de superar tudo que foi descrito nesse
texto, é preciso que ele tenha força para bancar uma campanha ao governo. E
isso ainda não está claro.
Mais águas estão por vir.
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