O presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado
Ezequiel Ferreira articulou sua candidatura ao governo do Estado, montou a
chapa da oposição, desistiu na mesma intensidade e não precisou dar nenhuma
palavra pública sobre tudo o que ocorreu.
É um malabarista da política potiguar. Ele jogou com a
oposição estando escalado no time do governo; jogou com o governo já dentro do
vestiário da oposição. Todos os envolvidos sabem o que aconteceu. Mas Ezequiel
parecia manipular tudo isso através de mímica, sem expressar nenhuma vogal.
Atuar no governo e na oposição de forma simultânea não é
para qualquer um. Precisa ser um profissional. E Ezequiel é. Deu dribles em
Fátima e Rogério Marinho como Neymar faz com os zagueiros, deixando-os atônitos
e sem ação. Se tentar se mexer, é pior. Até em Garibaldi, Ezequiel deu o famoso
‘drible da vaca’, aquela situação em que o gingado do corpo desequilibra o
zagueiro e até o faz cair no chão sem ação.
Ezequiel jogou com todos. Jogou com o governo, estando na
oposição, fazendo parecer que iria enfrentar Fátima nas urnas com um discurso
de adversário; jogou com a oposição, alimentando o sonho de uma chapa
competitiva, mesmo sabendo que não entraria em campo.
Malabarista, mágico, hipnótico, mímico, ator… Ezequiel
Ferreira foi de tudo um pouco em sua pseudo-candidatura viúva Porcina, aquela
que foi, sem nunca ter sido. Ou seja: Ele foi candidato, com direito a ter até
um vice que aceitou o convite e um ex-ministro que formaria chapa como senador.
Foi, sem de fato nunca ter sido.
Ele conseguiu enganar a todos: Os que sonharam com ele na
oposição; e os governistas, que se assombraram com o pesadelo de não tê-lo mais
como aliado anfíbio, presidindo um partido cobra de duas cabeças, saboreando
uma sobremesa agridoce sem nunca ter degustado o prato principal.
Em seu teatro político, Ezequiel fez a classe política
potiguar rir e chorar ao mesmo tempo. Uns, comemoraram a desistência; enquanto
outros, lamentavam. E ele, o ator protagonista de toda a encenação, saía de
cena para tratar de uma ‘diverticulite’. A cortina fechou e ninguém mais havia
falado em Ezequiel. Um silêncio que ajudou em sua cura.
Alguns dias após a oposição anunciar em classificados de
jornal “procura-se um candidato”, Ezequiel volta ao cenário como se nada
houvesse acontecido.
Ele tem o poder e o condão de ‘resetar’ tudo, de zerar o
jogo e de apagar o filme todo que protagonizou.
Ezequiel voltou.
Os demais atores que lutem!!!
Fonte: Tulio Lemos
0 comentários:
Postar um comentário