O botijão de gás de 13 quilos já custa quase 10% do
salário mínimo. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o botijão foi
vendido em média a R$ 113,24 na última semana, o equivalente a 9,3% do salário,
hoje em R$ 1.212.
Na média mensal, segundo o Observatório Social da Petrobras,
organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o preço do
botijão chegou a R$ 113,48, alcançando o maior valor real da série histórica,
que tem início em julho de 2001.
O valor é mais do dobro do auxílio gás pago pelo governo
federal às famílias de baixa renda: previsto para bancar metade do preço de um
botijão, o benefício hoje é de R$ 51 – 44,5% do preço médio.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do
Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás de cozinha
voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção de 2007.“Nesses 15
anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário
mínimo essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos
valores do GLP e o aumento real do salário mínimo”, ressalta.
Ele apontou, ainda que a situação fez crescer o uso da
lenha para cozinhar entre os brasileiros: a partir de 2017, ela superou o GLP.
"E, em 2020, esse consumo já era 7% maior do que o de GLP”, afirma o
economista.
Fonte: G1
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