As últimas declarações de
Lula provocaram no entorno do petista medo de que ele enfrente desgaste
eleitoral já neste período de pré-campanha, informa O Globo.
O ex-presidente, que ainda lidera a corrida presidencial,
viu sua diferença em relação a Jair Bolsonaro, o segundo colocado, diminuir
nas últimas pesquisas.
Segundo o jornal carioca, os petistas consideraram
preocupantes, pela ordem, as falas de Lula em
defesa do aborto, sobre a “ostentação” da classe média
brasileira e sobre sua intenção de tirar
do governo 8.000 militares que hoje ocupam cargos de confiança.
“De forma reservada, aliados
avaliam que as declarações foram frutos de uma mistura de excesso de confiança
e de deslizes provocados pelo cansaço em virtude da rotina intensa da viagem na
semana passada ao Rio e à Bahia”, escreve O Globo.
A fala de Lula que, de acordo com aliados, tem mais
potencial para causar estragos é a defesa do aborto, principalmente entre os
evangélicos — o PT vem tentando reestabelecer pontes com essa parcela do
eleitorado, que em 2018 votou de forma maciça em Bolsonaro.
O que mais chamou a atenção, prossegue o jornal carioca,
é que as declarações ocorreram em discursos e debates na CUT e na Fundação
Perseu Abramo, e não em entrevistas. Ou seja, ninguém perguntou a Lula sobre os
temas — ele falou porque quis.
Ao contrário do que ocorria em outras campanhas,
acrescenta O Globo, há um entendimento de que hoje “o ex-presidente (…) tem poucas pessoas no seu
núcleo mais próximo com liberdade para apontar seus erros”.
Em bom português: é só dar corda a Lula, que ele mesmo se enforca.
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