Após pressão dos governadores, o Senado deve alterar o projeto de lei que estabelece um teto de
17% para as alíquotas de ICMS sobre
combustíveis, telecomunicações, energia e transportes públicos.
O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), propôs a criação de um grupo de trabalho
liderado pelo relator do texto, senador
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para colher sugestões de estados, de municípios e de lideranças
partidárias para incorporá-las ao projeto, antes de
levá-lo a plenário.
Por causa dos ajustes, a lei deve entrar em vigor apenas em julho.
Aprovada na semana passada pela Câmara, o texto chegou hoje aos
senadores e a tendência é que seja votado
apenas na quarta semana de junho. Depois, o texto provavelmente
voltará para a Câmara. Isso às vésperas do recesso parlamentar.
Em coletiva realizada há pouco, o relator da proposta,
senador Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que estava preocupado
com o impacto da proposta para estados e municípios.
“A matéria aprovada na Câmara
tem partes muito positivas, mas tem preocupações em relação às finanças dos
estados brasileiros. Nós temos obrigação de refletir essas questões”,
disse Coelho.
Hoje, secretários de fazenda se reuniram com o presidente
da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e pressionaram por mudanças. Eles
temem perda de arrecadação que pode chegar a R$ 83,5
bilhões. Os municípios calculam um prejuízo de
R$ 21 bilhões.
Durante o encontro, os
secretários de fazenda argumentaram que a aprovação de um teto para o ICMS vai
comprometer o custeio da saúde e da educação nos estados e municípios.
Segundo o governo federal, a expectativa é que o projeto
resulte em uma redução de R$ 0,60 por litro ao consumidor final, valor
considerado irrisório pelos estados se comparado à redução de receita de prefeitos e
governadores.
“O projeto, dada a urgência
com que foi concebido e aprovado na Câmara, contém elementos rústicos, cuja
análise de impacto não teve tempo de ser realizar a contento. O papel, como
casa da Federação, é fazer a análise macro de todos os efeitos desta lei, e não
apenas os circunstanciais”, acrescentou o senador Jean Paul Prates
(PT-RN), que vai integrar um grupo de trabalho para discutir as mudanças na
proposta.
0 comentários:
Postar um comentário