Com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco,
e de autoridades dos três Poderes da República, entre eles o presidente Jair
Bolsonaro, tomou posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral o
ministro Alexandre de Moraes. Em seu discurso, na noite desta terça-feira
(16), o novo dirigente do TSE defendeu o regime democrático, enalteceu a
confiança no voto eletrônico e prometeu rigor no combate à divulgação de
informações falsas e fraudulentas.
Também compareceram à posse o presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira, e os ex-presidentes José Sarney, Luiz Inácio Lula da
Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, além de ministros de Estado,
governadores, prefeitos e representantes de embaixadas, entre outros.
Eleitos para os cargos em 14 de junho, Alexandre de
Moraes e Ricardo Lewandowski, empossado na vice-presidência do TSE, serão
responsáveis por conduzir as eleições gerais de 2022. Nos últimos seis meses, o
tribunal foi presidido pelo ministro Edson Fachin.
Liberdade de expressão
No discurso de posse, Moraes disse que a intervenção da
Justiça no processo eleitoral será “mínima, mas célere, firme e implacável no
sentido de coibir práticas abusivas e a divulgação de informações falsas e
fraudulentas, sobretudo as fakes news, como forma de proteger as instituições,
o regime democrático e a vontade popular".
— Liberdade de expressão não é liberdade de agressão, de
destruição da democracia, das instituições, da dignidade e da honra alheias.
Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos de ódio e
preconceitos. A liberdade de expressão não permite a propagação de ideias
contrárias ao estado de Direito, uma vez que a plena liberdade do eleitor
depende da tranquilidade e da confiança nas instituições democráticas e no
próprio processo eleitoral — afirmou.
— A cerimônia de hoje simboliza o respeito às
instituições como único caminho de crescimento e fortalecimento da Republica e
a força da democracia como único regime político onde todo poder emana do povo
e que deve ser exercido pelo bem do povo. Somos 156 milhões e 454 mil e 11 milhões
de eleitores aptos a votar, somos uma das maiores democracias do mundo em
termos de voto popular, estando entre as quatro maiores democracias do mundo,
mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados
eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência.
Isso é motivo de orgulho nacional — afirmou Alexandre de Moraes, sob aplauso
dos presentes.
O novo presidente do TSE enalteceu o voto eletrônico e
reiterou a segurança e eficiência das urnas eletrônicas. Ressaltou ainda que a
liberdade no exercício do direito ao voto exige ampla liberdade, discussão e
informação no sentido de proporcionar ao eleitor uma escolha livre e eficiente,
impedida qualquer coação ou pressão por grupos políticos ou econômicos.
— Tanto a liberdade de expressão quanto a participação
política em uma democracia representativa só se fortalecerão em um ambiente de
total visibilidade e possibilidade de exposição crítica de diversas opiniões
sobre os principais temas de interesse do eleitorado e de seus próprios
governantes.
Moraes também disse que a liberdade do direito ao voto
depende preponderantemente da liberdade de discussão, de maneira que deve ser
garantida a todos os candidatos e candidatas a ampla liberdade de expressão e
manifestação, possibilitando ao eleitor o pleno acesso às informações para
escolha de seu voto.
— A democracia não resistirá e não existirá, e a livre
participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada,
pois essa constituiu essencial condição ao pluralismo de ideias que, por sua
vez, é um valor estruturante para o salutar funcionamento do sistema
democrático. A intervenção da Justiça Eleitoral deve ser mínima em
preponderância ao direito de liberdade de expressão dos candidatos, das
candidatas e do eleitorado — afirmou.
Fonte: Agência Senado
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