A perda de R$ 6 milhões em recursos para compra de
tomógrafos em três hospitais do Rio Grande do Norte foi lamentada por
diretores, interlocutores do setor de Saúde e entidades representativas de
classes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE. Segundo eles, a falta de um tomógrafo
limita o trabalho dos hospitais no Estado e pode atrasar diagnósticos, com
possibilidade do aumento de risco de morte para alguns pacientes em casos
específicos. Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, o Rio Grande do
Norte possui 55 tomógrafos em utilização em oito municípios.
“Na prática existe uma demanda reprimida. Denota a necessidade de adequação da quantidade de Tomógrafos disponíveis para atender a todas as solicitações da nossa população. Infelizmente quando uma tomografia solicitada tem um longo tempo de espera pode retardar um diagnóstico e dificultar o tratamento, com possibilidade, inclusive, de aumento de risco de morte para alguns pacientes. Isso também se aplica para o atendimento privado”, declara o presidente do Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern), Marcos Jácome.
O pensamento também é compartilhado pelo presidente em exercício do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), Francisco das Chagas. Segundo ele, há casos em que o tomógrafo é de extrema importância, como em casos de traumatismo craniano.
“Os tomógrafos em si, principalmente para traumatismos
cranio-encefálicos, são decisivos na hora dos diagnósticos. Trabalhei 25 anos
em Assu, que está a 200km de Natal. Imagine uma pessoa que tem um traumatismo
craniano, vem de lá para cá, vai fazer essa tomografia onde? A tomografia é
importante para determinados diagnósticos”, disse.
O presidente cita ainda que qualquer recurso perdido para ser utilizado na saúde pública é uma “perda irreparável”. “Em síntese: qualquer centavo que se perca na saúde, seja para saúde, pagamentos de cirurgias eletivas, vagas hospitalares, é uma perda incrível para a população”, cita.
Recursos
A perda de recursos para compra dos equipamentos foi noticiada nesta quinta-feira (22) pelo jornal TRIBUNA DO NORTE. A informação foi confirmada pelo coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte, o deputado Benes Leocádio (União Brasil), que afirmou que o Governo do Estado deixou de adquirir três tomógrafos para a rede pública hospitalar, com recursos de emenda de bancada ao Orçamento da União no valor de R$ 6 milhões porque não atendeu exigências do Ministério da Saúde. Os equipamentos seriam instalados nos hospitais Santa Catarina, em Natal; Deoclécio Marques, em Parnamirim; e Nelson Inácio dos Santos, em Assu.
Para o diretor geral do Hospital Nelson Santos, Alberto
Luiz de Lima Trigueiro, um tomógrafo poderia agilizar atendimentos na unidade,
uma vez que exames precisam ser feitos no hospital Tarcísio Maia, em Mossoró,
com regulação feita pela Sesap. Em Assu, o hospital tem abrangência de 12
municípios, totalizando cerca de 180 mil habitantes.
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