A Procuradoria-geral da Fazenda Nacional,
responsável por fiscalizar e arrecadar tributos, tenta cobrar na Justiça um
passivo de 18 milhões de reais do ex-presidente Lula (PT) e
de empresas dele com o argumento de que, embora o Supremo Tribunal Federal
(STF) tenha anulado as condenações impostas ao petista pelo então
juiz Sergio Moro, ele não está livre de ser cobrado por impostos
supostamente não pagos. Em petição apresentada ao Tribunal Regional Federal da
3ª Região (TRF3), o procurador da Fazenda Nacional Daniel Wagner Gamboa afirma
que “o STF não inocentou o réu Luiz Inácio Lula da Silva”. A avaliação coincide
com recente propaganda partidária da campanha de Jair Bolsonaro (PL),
que expôs na TV uma peça publicitária afirmando que a anulação do caso pelo STF
não transforma o ex-presidente em “inocente”.
TRECHO DA PETIÇÃO DA PGFN NO PROCESSO DE LULA NO TRF3 – reprodução PGFN/Reprodução
Conforme revelou VEJA, a estratégia jurídica de Lula é
recorrer ao Supremo sob a alegação de que qualquer desdobramento da Lava-Jato
envolvendo o ex-presidente tem de ser anulado. Os advogados dele sustentam nos
recursos junto ao TRF3 que os processos de cobrança tiveram como ponto central
a Operação Alethea, uma das fases da Operação Lava-Jato, já declarada nula pelo
STF. “O lançamento tributário decorrente da afirmada confusão patrimonial e
operacional entre o Instituto Lula e os apelantes encontra-se, portanto,
totalmente maculado pelo insanável vício material que o reveste”, disse o
advogado Cristiano Zanin em manifestação ao tribunal.
Na contenda judicial, os procuradores da União entenderam
que o Instituto Lula se declarava sem fins lucrativos, mas não cumpriu os
requisitos de isenção tributária e, por isso, deve recolher os impostos
atrasados. O ex-presidente Lula tenta há quatro anos derrubar na Justiça a ação
de cobrança de dívidas. Ele perdeu a causa em primeira instância da Justiça
Federal e recorreu ao TRF3, onde também foi derrotado.
Veja
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