O último fim de semana no Rio Grande do Norte foi marcado
por diversas ocorrências envolvendo mortes violentas, assaltos e arrastões, o
que vêm causando apreensão entre a população e preocupação para as forças de
segurança. Entre a quinta-feira (6) e a segunda-feira (10), a Polícia Militar
registrou, pelo menos, 12 ocorrências no Estado, incluindo arrastão em
transporte público, incêndio de ônibus e um quíntuplo homicídio na cidade de
Afonso Bezerra. Os episódios acontecem em meio a divulgação de um suposto
“salve” atribuído a uma facção criminosa, o que ainda está sendo averiguado
pela Polícia Civil.
Entidades representativas das polícias Civil e Militar criticaram o que chamam de falta de coordenação por parte do Governo do Estado. Para a presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (Asspmbm-RN), Márcia Fernandes, é possível que os episódios “sejam ordem interna de presídio”. Ela acrescenta que é preciso “reunir forças para combater o problema na origem” para que o trabalho ostensivo, desempenhado pela Polícia Militar, não fique sobrecarregado. Fernandes cita ainda “falta de empenho” da Segurança Pública estadual.
“A Polícia Civil tem que trabalhar nisso também, ajuda a
Polícia Militar. A situação nos preocupa. Só a PM nas ruas para fazer a
contenção não é suficiente, tem que ter uma força-tarefa mesmo das forças de
segurança. O secretário e o comandante têm que se empenhar mais. Não sei se é
falta de empenho ou se é alguma outra situação que a gente desconhece, mas tem
que tentar descobrir de onde está vindo isso e o porquê. Tem que ver a questão
investigativa para ver de onde está saindo esse foco”, analisa a subtenente da
PM.
A presidente da associação diz ainda que os policiais militares estão “se resguardando ao máximo” e em estado de “alerta para possíveis represálias dos criminosos”. Márcia Fernandes criticou a falta de estrutura para reagir às investidas criminosas. “Os quartéis estão em alerta, mas acho que deveria realmente intensificar a questão das operações. Tomara que o secretário tenha esse posicionamento também de perceber que precisa fazer algumas operações para conter e dar respostas também. Não pode ficar só esperando não”, pontua.
A presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio
Grande do Norte (Sinpol), Edilza Faustino, diz que tem notado a intensificação
das ocorrências e que o momento é preocupante. “A gente não tem a finalização
da investigação que possa dizer se o ‘salve’ é real ou não, mas estamos vendo
que as ocorrências têm acontecido nos últimos dias e isso é realmente
preocupante. Temos essa preocupação sobre o crescimento da onda de violência”,
conta Faustino.
O titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), coronel Francisco Araújo, diz que o Estado montou uma força-tarefa para atuar na contenção e investigação das últimas ocorrências. Araújo informou que as apurações sobre a veracidade da mensagem intitulada como “salve geral” estão a cargo da Polícia Civil. A reportagem da TN entrou em contato com a corporação para detalhar o andamento da averiguação, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte: Tribuna do Norte
0 comentários:
Postar um comentário