Um estudo atual comprova a força dos microempreendedores
na economia brasileira. Com um faturamento que chega até R$ 3 trilhões por ano,
eles são responsáveis por 78% dos empregos gerados e correspondem a 30% do
Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de produtos, serviços e riquezas
produzidas no país. Além disso, promove em larga escala a inclusão produtiva
dos microempreendedores individuais (MEI).
Diferentes fatores determinam o tipo de empresa nesse
segmento, e o critério preponderante é o do faturamento anual. No caso do MEI,
empresas que vão até o faturamento anual de R$ 81 mil. “Quando a gente olha
para pequenas empresas a gente está com faturamento de R$ 360 mil até R$ 4,8
milhões. E quando a gente olha para microempresa, são empresas com faturamento
de até R$ 360 mil por ano” atesta o secretário Especial de Produtividade e
Competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Iwata.
O setor de Serviço é o que mais detém micro e pequenas
empresas e microempreendedores individuais, sinalizando mais da metade dos
cadastros ativos no país. Outros setores também se destacam como o Comércio, a
Indústria e a Construção Civil.
Essa concentração na área de Serviços é comum nas economias
maduras, por alavancar os arranjos produtivos dos demais setores, o que
impulsiona a criação de empregos. O segmento gerou quase 1 milhão e novecentos
mil empregos no setor formal - desse montante, 72% foi justamente nesse
segmento de micro e pequenas empresas, e aí novamente o setor de serviços teve
uma representatividade muito importante nesse processo.
Outro fator que acelerou a criação de arranjos produtivos no
país foi o processo de abertura do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ). O tempo gasto para abrir uma empresa no país é decrescente desde
2019; o tempo médio era de 5 a 6 dias. Em agosto deste ano, o tempo foi de 23
horas. Em alguns estados brasileiros, o marco é de 5 horas.
Tal facilidade revela um ambiente de negócios favorável à
criação de novas empresas, e é visto por empresários nacionais como um
diferencial. Um avanço que reflete a adoção de medidas para reduzir a
burocracia e facilitar a vida de quem quer empreender.
Para chegar a essa marca teve todo um processo de facilitação
regulatória, que não foi um ato isolado. O país teve o marco de melhoria do
ambiente de negócios – uma medida provisória de 2021; antes disso teve a Lei da
Liberdade Econômica, que trouxe a definição de atividade de baixo risco. Com
isso, identificam-se cerca de 300 atividades que para entrar em operação não
precisam de alvará, e isso permite uma celeridade muito grande para a empresa
começar a funcionar.
Além do tempo ímpar, as novas empresas também ganham a
facilidade da assinatura digital, que dispensa o empreendedor do tempo e do
custo de preparar documentação em cartório. Ficam livres de licenciamento
ambiental, e autorização de órgãos como Corpo de Bombeiros e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A implantação da tecnologia 5G no Brasil simboliza grande
oportunidade para micro e pequenos empreendedores, especialmente pela demanda
por desenvolvimento de softwares e outras soluções digitais como automação
industrial, estimada em R$101 bi até 2030. A tecnologia 5G vai trazer outros
impactos positivos, como ganhos de produtividade e redução de custos. A demanda
por inovação tecnológica é outra fonte de oportunidades para novas empresas, em
especial para as startups – um segmento que vem crescendo muito no país.
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