O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Marco
Aurélio Mello fez duras críticas à censura imposta pelo Tribunal Superior
Eleitoral a veículos de comunicação como a Jovem Pan e à produtora de
documentários Brasil Paralelo.
Segundo Marco Aurélio, há um saudosismo de uma época de
exceção e que tem se fechado a Constituição Federal para adoção de medidas
ilegais.
“Eu sou de uma época em que a atuação do Tribunal
Superior Eleitoral era minimalista. O Tribunal editava resoluções, mas editava
resoluções a partir do código eleitoral, sem qualquer extravasamento. Os
tempos, eu reconheço, são tempos estranhos”, disse.
Marco Aurélio presidiu o TSE por três vezes e reconheceu
que “as paixões” mudaram e cobrou dos ministros atuais uma atuação condizente
com os cargos que ocupam. “Os homens que ocupam as cadeiras no Supremo e também
no TSE compreendam a envergadura dessas cadeiras”, cobrou.
A censura imposta pelo TSE é inconstitucional, avalia
Marco Aurélio, que lembra a vedação à criação de qualquer tipo de legislação
sobre a liberdade de imprensa. “O art 220 (da CF) tem uma cláusula pedagógica
que impede que se aprove dispositivo legal que implique embaraço à liberdade de
informação jornalística”, explicou.
Por fim, o ministro aposentado deixou um recado claro.
“Não há espaço para retrocessos” e “os homens de bem precisam reagir”, disse.
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